Jovens graduados encontram dificuldades para ingressarem no mercado de trabalho

Por alunos da UEMG: Brenda Ribeiro, Cristiane Menezes, João Pedro Cardoso e Roberta Carvalho – Editor: Thales Vilela Lelo -> Segundo informações de um questionário aplicado nos grupos de WhatsApp destinados a pessoas desempregadas, realizado entre os dias 21 e 23 de junho e respondido por, aproximadamente, 30 pessoas de Divinópolis e região, 50% dos concluintes do Ensino Superior ainda estão desempregados. Além disso, de acordo com o levantamento, 41,7% dos entrevistados enfrentaram dificuldades de ingressar em sua área de formação. A dificuldade em ingressar no mercado fez com que 21,27% dos recém-formados migrassem para outros setores ocupacionais. Dentre as principais dificuldades apresentadas pelos entrevistados, destacam-se o desemprego crescente no Brasil, a falta de oportunidades na área de formação e a dificuldade de aplicação dos conhecimentos adquiridos no curso.

Um problema conjuntural

Com o fim do ensino médio, os jovens que possuem condições financeiras para ingressarem no Ensino Superior se sentem coagidos a escolherem a área que vão construir carreira pelo resto da vida. E mesmo assim, depois de prestarem o vestibular e se formarem, muitos deles não trabalham na área de formação. Segundo pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube) divulgada no início deste ano, o percentual de jovens recém-formados em instituições de ensino superior que não estão trabalhando é de 45,51%. Ronaldo Rodrigues (27) afirma que a principal dificuldade encontrada por ele após concluir sua graduação no curso de Psicologia foi o próprio mercado de trabalho em sua essência competitiva. Já Thays Lara (24), que se formou há dois anos em jornalismo na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) e, atualmente, trabalha no RH de uma empresa de Divinópolis, afirma estar frustrada por atuar em outro setor. A jovem, que escolheu o curso por gostar de se comunicar e pela boa desenvoltura que possuía nas apresentações de trabalhos escolares, diz que o seu sonho era atuar na área em que obteve seu diploma. Rogerio Vilela (43) ingressou no mercado de trabalho com apenas 15 anos e teve que conciliar a graduação com a profissão. Ao cursar administração na Faculdade Cinecista de Varginha (FACECA), Rogerio relata que escolheu o curso por considerá-lo abrangente. Além disso, por trabalhar na mesma empresa há muitos anos, conta que teve que enfrentar vários desafios e, por mais que não atue diretamente na área de formação, ela ainda o auxilia em vários quesitos. “Atualmente trabalho no setor de treinamentos da empresa, onde a visão geral da administração é bastante utilizada e estou contente por estar nesse setor. A princípio, foi mais um dos desafios aceitos dentro das necessidades da empresa, mas depois passou a ser uma escolha pelo fato de me identificar bastante com a área.” Segundo Margareth Martins (50), especialista em RH e Coordenadora do setor na Ygloo Sorvetes em Divinópolis, é necessário que o estudante se identifique com a profissão que escolheu. A partir dessa escolha, o jovem deve aproveitar ao máximo os estágios que estão previstos na grade dos cursos de graduação para desenvolver habilidades, ganhar experiência e, assim, conseguir uma vaga efetiva na empresa e no mercado de trabalho.