Imprensa é igual em qualquer lugar: Debate entre presidenciáveis na RedeTV! Irrita fotógrafos e jornalistas

Publicado por: suporte

De um lado, os candidatos. Do outro, os jornalistas. Entre eles, várias paredes. O primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República organizado pela RedeTV!, em parceria com a Folha de S.Paulo, aconteceu no último domingo (12), a partir das 21h, nos estúdios da emissora, em Osasco (SP), e foi marcado pelo isolamento imposto à imprensa.

Reservado aos repórteres e fotógrafos, o crachá azul permitia acesso unicamente à sala “D”, onde três telas de LCD e dois telões transmitiam o debate que acontecia duas salas ao lado, no estúdio “A”. Somente jornalistas figurões como Ricardo Noblat e Bob Fernandes tiveram entrada permitida neste espaço.

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Durante o período que antecedeu o confronto – o informe da assessoria era para que todos chegassem às 19h30 -, a expectativa de entrevistar fontes ligadas às candidaturas e convidados, como aconteceu nos encontros realizados por outros veículos, mostrou-se infrutífera. Repórteres recolheram-se aos seus notebooks, instalados na sala paralela; fotógrafos amontoaram-se perto do alambrado para conseguir imagens dos candidatos chegando à emissora; cinegrafistas posicionaram suas câmeras de frente para o telão.

Às 20h05, todos ficaram alertas com o som do helicóptero que se aproximava. “É o padre voador”, alguém gritou brincando, enquanto um assessor da RedeTV! perguntava sobre o fotógrafo do PSDB. Mas a pista era falsa, quem desembarcou foi Marina Silva (PV) cercada de jornalistas da emissora, dos parceiros (Folha e UOL) e outros vips que impediam o registro de qualquer movimento da candidata.

As reclamações começaram. Repórteres queriam ter acesso aos candidatos antes do fim do debate, quando estava prometida uma breve conversa. Fotógrafos esperneavam pela falta de organização que não previa uma parada dos presidenciáveis para as câmeras. Um deles, da própria RedeTV!, chamou o segurança para argumentar a necessidade de uma pausa. “Não conseguimos nada, tinham que tê-la trazido aqui”, esbravejavam.

Enquanto isso, o moderador do debate, Kennedy Alencar, andava de cima para baixo, com mochila nas costas, celular no ouvido e um terno bastante amarrotado, que foi trocado posteriormente. Outros jornalistas discutiam a agenda de Dilma para os próximos dias; muitos embarcariam nesta segunda (13) para Joinville (SC) atrás dela.

Cinco minutos antes de começar o debate, um grupo de fotógrafos, recolhidos à insignificância da sala “D”, resolveram protestar. Saíram com suas máquinas, lentes e tripés rumo ao outro estúdio. Eles representavam importantes veículos como Estadão, Época, Terra, EFE, Reuters, TV Globo e estavam insatisfeitos com a orientação de entrar apenas no 2º bloco do embate – o 1º estava reservado aos fotógrafos dos candidatos, da emissora e dos veículos parceiros. “O 1º é o mais importante para nós porque é quando eles se cumprimentam, trocam olhares, passam um pelo outro. A partir do 2º é tudo igual, ficam atrás do púlpito”, argumentou um deles.

O que mais os irritou, no entanto, foi ter tido uma exceção para uma fotógrafa da Agência O Globo. Exigiam uma explicação da coordenação de comunicação da RedeTV! que liberou a entrada da coleguinha e ela veio de forma clara: “Foi ordem de cima”. Eliária Andrade, fotorrepórter carioca, provavelmente tinha conseguido imagens que eles não tiveram a possibilidade de registrar. A assessoria de imprensa concordou com a reclamação mas alegou não poder fazer nada, apenas pedir desculpas.

No estúdio gelado e reservado aos jornalistas, eles aproveitavam para rir das tiradas do Plínio e fazer comentários sobre uma ou outra fala de Serra e Dilma. Pouco sobre Marina. Nos breaks, eram obrigados a assistir os mesmos comerciais dos telespectadores confortavelmente acomodados nos sofás de suas casas. Aliás, esse era o principal questionamento: nessas condições porque ter ido até lá? “Era o que faltava”, desabafaram quando o 2º bloco começou sem som na salinha da imprensa.

No último bloco, nova movimentação. Os jornalistas migraram para a porta onde os candidatos poderiam sair. Eram muitos e estavam aglomerados. Veio o anúncio, às 23h05: “Vamos nos dirigir àquela outra porta, sem tumulto e todos poderão entrar”. A parte do tumulto foi ignorada e eles saíram correndo atrás de Dilma e Serra, principalmente. Conseguiram, enfim, gravar alguma declaração dos candidatos diminuindo em muito a chance de serem demitidos no dia seguinte.

Por Karina Padial/Redação Revista IMPRENSA

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