Prefeito de Divinópolis, irmão do senador Cleitinho, atropela sindicato e publica decretos de revisão salarial

Publicado por: Redação

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram) foi surpreendida nesta quarta-feira (15), com a publicação de dois decretos assinados pelo prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC). Os documentos definem a recomposição dos salários para os servidores públicos municipais efetivos e comissionados, como também para os agentes políticos e para os benefícios de inativos e pensionistas.

“Fomos surpreendidos sim, pois o acordo não era esse. O que foi acertado com o prefeito e sua equipe na última reunião seria que o prefeito encaminharia a proposta oficialmente ao sindicato, no dia 9 de março, que por sua vez levaria a discussão para a assembleia dos servidores. O prefeito simplesmente ignorou esse acordo, não nos encaminhou a proposta oficial e sem aguardar um posicionamento da assembleia dos servidores publicou os decretos colocando um ponto final nas negociações. Lamentavelmente, mais uma vez, o Gleidson e a Janete mostram total desprezo ao servidor, descumprem sua palavra e decidem de forma ditatorial  e autoritária”, declarou o presidente do Sintram, Marco Aurélio  Gomes.

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No dia 1º de fevereiro em assembleia convocada pelo Sintram, servidores municipais de Divinópolis definiram as reivindicações da pauta da campanha salarial de 2023:

  • recomposição salarial de 12%, para corrigir as perdas dos últimos anos
  • elevação do vale alimentação de R$ 10 para R$ 20
  • Realização de concurso público
  • Início dos estudos para revisão no Estatuto da categoria
  • Equiparação da diária aos valores pagos pela Câmara Municipal
  • Mudança na data base para 1º de Janeiro

Em 15 de fevereiro, aconteceu a  primeira reunião entre os representantes do Executivo e sindicalistas para discutir as reivindicações da campanha salarial. Sem a presença do prefeito Gleidson Azevedo, a vice-prefeita Janete Aparecida Silva (PSC) assumiu a negociação. Nesse primeiro encontro, a vice-prefeita transmitiu o recado do prefeito e informou que a revisão de 12% era inviável e que não havia possibilidade de alteração na data base de março para janeiro. Disse que a equiparação do vale alimentação ao valor pago pela Emop estava fora de cogitação e que o concurso público “está em estudo”. De concreto mesmo, Janete disse que a Prefeitura concederia apenas os 6,33% de recomposição nos salários, obedecendo ao índice previsto pela Fundação Ipead.

Já no dia 6 de março, uma segunda reunião convocada pela Prefeitura, voltou a discutir as reivindicações dos servidores. Desta vez com a presença do prefeito Gleidson Azevedo, o Executivo reafirmou o que havia sido discutido no primeiro encontro. O prefeito propôs uma barganha da reforma do Instituto de Previdência dos Servidores (Diviprev) pela concessão de ganho real. O presidente do Sintram rechaçou a proposta, afirmando que uma coisa está dissociada da outra. A única novidade nesse encontro foi a promessa do prefeito de aumentar R$ 2 no valor do vale alimentação, de R$ 10 para R$ 12. O Sintram apresentou uma contraproposta de reajuste de 8%, sendo 1,67% de ganho real. A vice-prefeita e o secretário de governo, Gabriel Vivas, se comprometeram a analisar e oficializar a contraproposta ao Sintram para ser apresentada e apreciada pelos servidores em assembleia.

Na última quinta-feira (09), o sintram realizou uma reunião com os servidores para informar que o prefeito e a vice-prefeita, descumpriram sua palavra e não enviaram a proposta oficial para ser discutida pela categoria, e que por essa razão a assembleia se tornou uma reunião

Hoje, 15 de março, o Prefeito publicou o decreto concedendo a revisão dos salários sem enviar ao sindicato a proposta oficial para que fosse deliberada e discutida com a categoria.

“Buscamos o diálogo, estávamos abertos para levar uma contraproposta para ser votada pelos servidores, mas infelizmente o prefeito agiu como sempre, de forma truculenta, em total desrespeito aos servidores e sua representação ao negar uma resposta, mesmo que negativa, às reivindicações da categoria. O servidor, responsável por toda a prestação do serviço público municipal ao cidadão, é ignorado pelo prefeito que deixou bem claro com essa atitude que o discurso do seu governo de valorização da categoria é uma deslavada mentira e uma desonra para o chefe de uma Prefeitura tão importante”, afirmou Marco Aurélio Gomes.

Índices

O prefeito publicou dois decretos de revisão salarial na edição desta quarta-feira (15), do Diário Oficial dos Municípios. Através do Decreto 15.575, foi concedida a revisão de 6,33% nos salários dos agentes públicos, para servidores efetivos e comissionados e para os inativos. A revisão também atinge os salários do prefeito, vice-prefeita, vereadores e secretários municipais e demais cargos com o mesmo status (procurador, controlador e assessores). O valor do vale alimentação foi elevado de R$ 10 para 12. Essas alterações estarão incluídas na folha de pagamento desse mês.

O mesmo índice e o mesmo valor do vale alimentação também foram aplicados aos vencimentos dos servidores da Câmara Municipal, através da Portaria CM/055, também publicada na edição desta quarta-feira (15) do Diário Oficial dos Municípios.

Professores

Através do Decreto 15.576, o prefeito concedeu 7,67% a título de “reajuste complementar”. Serão beneficiadas com esse reajuste as seguintes categorias do magistério:

  • Professor em Atuação na Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental (Ensino Superior);
  • Professor em Atuação nos Anos Finais do Ensino Fundamental (todas as áreas – Ensino Superior));
  • Professor de Língua Estrangeira (Ensino Superior);
  • Professor de Educação Física (Ensino Superior);
  • Professor Não Especializado (Ensino Superior).

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    Os professores tiveram mais de 14% de aumento

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