CSSJD poderá administrar Hospital Regional de Divinópolis; revelação feita por Elis Regina durante prestação de contas do HSJD

Publicado por: Redação

Na prestação de contas do Hospital São João de Deus, realizada na Câmara de Divinópolis, na última segunda-feira (03), após a apresentação positivas de todos os números desde que a superintendente, Elis Regina assumiu a gestão do hospital, através de uma intervenção do CAO Saúde, uma informação de suma importância passou despercebida, quando ela afirmou que, o agora Complexo de Saúde do São João de Deus (CSSJD) poderá administrar o Hospital Regional de Divinópolis, e até mesmo se envolver no término de suas obras – O que é um sonho dos munícipes ver o hospital Regional funcionando e com uma administração que já comprovou sua capacidade ao tirar o HSJD de uma situação de quase fechamento, ao êxito que se apresenta no momento. Ser uma gestão técnica e não política.

Elis Regina em entrevista para o Divinews por ocasião da prestação de contas afirmou que desde que assumiu um dos principais aspectos é a transparência. Por que o que ela administra é um hospital que é da população. Explicou que atualmente, que faz a administração do hospital é a Comissão da Intervenção, e que posteriormente, será o Conselho Curador, composto por 8 membros que foram eleitos pelo povo, por isso é necessário a prestação de contas do que está sendo feito. A superintendente, falou da importância de estar na Casa Legislativo demonstrando o resultado que o hospital teve relativo à sua atuação em Divinópolis e dos 53 municípios que compõe a macrorregião, e que estão sendo reinvestidos, agora, em um Complexo de Saúde, (CSSJD).

Continua depois da publicidade

Elis Regina, explicou que a intervenção da CAO Saúde, não pode ser eterna, e quem vai ter que assumir o hospital é o Conselho Curador. E que a intenção do coordenador do CAO Saúde, o promotor Nélio, é encerrar a intervenção em agosto. Porém, desde que o Estatuto do Conselho seja aprovado, para garantir que as pessoas que estão à frente da instituição hospitalar, resguardem todo o patrimônio dela, e todo o crescimento que ela teve nos últimos anos.

Quanto a permanência de Elis Regina à frente da gestão do hospital, ela própria respondeu que: “Assumindo o Conselho, vai ser interesse dele ou não nos manter lá dentro. Por que eu sou CLT, uma empregada. Todo mundo que trabalha é CLT, com exceção do corpo clínico, presta serviço através de pessoa jurídica. Mas, a nossa expectativa é que a gente fique. A gente criou um amor muito grande pela cidade, pela região que nos acolheu de braços aberto e nos respeita demais. A gente criou um amor por essa instituição, que eu respiro 24 horas esse hospital. Enfim a nossa expectativa é que a gente continue. Vamos ver como será o desenrolar das atividades, até 10 de agosto”.

Em resposta a “provocação” do editor do Divinews, sobre a campanha que o vereador Dr. Delano lançou, a superintendente reforçou: “Fica Elis, e eu quero ficar, bem como todo meu grupo, que trabalha lá no hospital”

.

Nélio Costa Dutra Junior (Coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde – CAO-SAÚDE)

Na entrevista do coordenador do CAO Saúde, o promotor de justiça Nélio Costa, para o Divinews, ele reforçou sua apresentação no plenário da Câmara, ao dizer que os municípios que compõe a macro região, assim como o município sede, ou seja, Divinópolis, precisam honrar seus compromissos financeiros com o atendimento do hospital:

“O financiamento na saúde, deve ser tripartite, com a colaboração da União, Estado e os municípios. E o que pensamos é você congregar todos os municípios da região e ver em cada especialidade, cada trabalho feito pelo hospital, qual o percentual de atendimento. Por exemplo na hora que pegamos as internações, o histórico do São João de Deus, a gente vê que de 13 mil internações, metade, 6.500 internações, são de munícipes de Divinópolis. E verificamos que os recurso de Divinópolis não é aportado nos cofres do HSJD. Então o hospital fica dependendo exclusivamente de recursos do Governo Federal, e tais recursos não são suficientes, e não seria mesmo. Até por que é exigido que o financiamento da saúde seja”, afirmou Nélio

Instado pelo Divinews sobre a importância da prestação de contas na Câmara, o promotor do Cao-Saude, avaliou ser de suma importância para dar publicidade. Pois até então, segundo ele “ouvia-se falar que o hospital é uma caixa preta. Mas o que estamos vendo hoje é que mesmo os hospitais de outras cidades, bem geridos, com gestores profissionais, estão tendo dificuldades financeiras. Vemos falar que emendas parlamentares são aportadas no hospital e eles não melhoram atendimento !!! Isso é uma verdade. Mas quando a gente vê esse dado isolado ele não quer dizer nada, por que o custeio tem que ser regular. Hoje o custo do HSJD é de 12 milhões, quase R$ 13 milhões por mês. É um custo muito alto, é uma empresa, com mais de mil pessoas trabalhando”.

Nélio Costa, alertou também para os cuidados que tem que ter com a questão do financiamento. E que o projeto atualmente do Ministério Público, com a Federassantas, que é a congregação de todos esses hospitais filantrópicos de todo estado de Minas Gerais, com a Associação de Municípios Mineiros, e a própria Coseng (Conselho Municipal de …. ) É justamente fazer uma avaliação de custo hospitalar, e o São João de Deus, é um dos que estamos fazendo esse trabalho pioneiro no Estado. Igual o HSJD, estamos fazendo também no Hospital Santa Rosália, em Teófilo Otoni, entre outros hospitais, que tem esse caráter, para mostrarmos para a população esses números. Quem tiver interesse vai poder ver os números de despesas e receitas dos hospitais”.

Também ao ser perguntado pelo editor do Divinews sobre o término da intervenção e a continuidade da superintendente Elis Regina, o coordenador do CAO Saúde, Nélio, tranquilizou a população, que vê na gestão da atual superintendente do hospital, um trabalho de excelência que conseguiu soerguer o nosocômio, que estava à beira do fechamento com a caótica e temerária administração do passado. “Podem ficar tranquilo neste ponto, por que a intervenção, ela na verdade é temporária. Ela veio no sentido de mudar a gestão e acompanhar todos os trabalhos e processos dentro da unidade. E já estamos nesta intervenção há quase três anos. Porém, apesar de ter um marco, que é o mês de agosto para o provável fim da intervenção. Isso só acontecerá dependendo de outros fatores. Estamos acompanhando muito de perto a questão financeira. Não podemos sair sem a garantia financeira. Por exemplo, o pacto dos municípios, o pacto do próprio Estado. A publicação do Plano de Ação Regional que vai incrementar o valor dos leitos para o São João de Deus, a questão do patrimônio que está sendo transferida da Ordem Hospitaleira para o hospital. Antes que essas coisas aconteçam, não entendemos que é um ato responsável, sair da intervenção. Se até agosto as coisas estiverem muito bem organizada e com a garantia de uma gestão profissional, em continuidade a gestão da própria Elis Regina, que a gente tem todo interesse que ela continue e faz valer isso aí. E acreditamos que ela também tem interesse, da mesma forma”

Nelio afirmou que agosto é apenas um marco. Mas se tudo não estiver sustentável, a intervenção não cessará, e continuará o tempo que for necessário. E inda que a intervenção continuará enquanto precisar de acompanhamento do Ministério Público. E que o próprio Denasus, que é a auditoria do SUS apoia integralmente a intervenção, se necessário for.

Finalizando o coordenador do CAO Saúde, quando instado, foi explícito ao dizer abertamente que adere a campanha “Fica Elis”. “A gente teve a felicidade da análise de currículo das pessoas que queriam vir para o Hospital. A gente queria naquele momento, em 2016, um gestor que viesse de fora, por causa das questões do passado e histórico da unidade. E a gente teve a felicidade de tê-la disponível. E com disposição para vir. E desde que veio, ela tem demonstrado um excelente trabalho, a gente faz valer tudo que ela faz. E assinamos embaixo”.

.

Auditoria Denasus ( João Batista da Silva )

João Batista da Silva, chefe de Auditoria do Denasus em Minas Gerais, João contou que a sua presença na prestação de contas do Hospital São João de Deus, é por que ele participa junto com o Ministério Público, no processo de intervenção, desde o seu início. E que o laudo inicial que sugeriu a intervenção administrativa e judicial, foi assinado por ele, que é perito judicial e auditor do Denasus.

O chefe do serviço de auditoria, explicou que após a intervenção não houve mais nenhuma auditoria no hospital, por que o Ministério Público acompanha de perto esse processo, logo não há necessidade, além de existir auditoria interna e externa já que existe o tem acompanhamento da Comissão de Intervenção. O Denasus acompanha os indicadores, as prestações de contas.

Ele avaliou que a intervenção foi exitosa, tornando-se um verdadeiro “case de sucesso”, por que segundo ele, a dívida de R$ 130 milhões foi estancada, e com uma nova administração e novos conceitos, e diretrizes fizeram com que os resultados operacionais e a liquidez apareceram. Significando com isso que: “Não é que resolvamos uma dívida acumulada ao longo de 10, 20 anos. Mas a gente estanca e começa a ter uma gestão a partir dali. Com isso se consegue pagar algumas dívidas, ter poder de compras, ter o que chamamos de condições de operacionalização da entidade”, finalizou.

.

CA0 3º Setor ( Maria Lúcia)

A promotora Maria Lúcia, do CAO 3º Setor, na entrevista ao Divinews, afirmou que a prestação de contas dos últimos três anos de gestão do HSJD, feita na Câmara foi um dia importante, é avaliou também ser inegável os resultados positivos conseguidos neste período de intervenção, com o soerguimento da Fundação, depois de ter passado por um período de insolvência, e que atualmente já apresenta resultados positivos, garantindo maior sustentabilidade à Fundação.

Porém, alertou não ser o momento de baixar a guarda, que é preciso garantir, uma gestão eficiente, qualificada, principalmente uma gestão de compliance, e que para isso, ela e promotor Sérgio Gildin, da Promotoria de Fundações em Divinópolis e Região, estão trabalhando – Maria Lucia disse ainda que é necessário realizar uma ampla reforma estatutária para garantir a sustentabilidade da fundação e que também conversou sobre isso com Sérgio Gildin para que seja apresentada uma minuta sobre o término da intervenção com o objetivo de que a Fundação possa andar com as próprias pernas.

E que mesmo com o exíguo prazo, a promotora Maria Lúcia,  tem a expectativa de que as pendências sejam resolvidas dentro do prazo e a intervenção seja encerrada, e que o Conselho assuma o controle do hospital.

.

Vereador Janete Aparecida ( Representando a Comissão de Saúde)  

Finalizando a vereadora Janete Aparecida, representando a Comissão de Saúde, afirmou ter sido satisfatória a apresentação de contas do HSJD. Exaltou a gestão de Elis, que vai na contramão da situação caótica do país, conseguindo equilibrar as contas e ainda crescer. Porém lembrou que as questões dos partos precisam ser resolvidas.

Quanto a intervenção, a vereador diz que está cedo para encerrar. “Por que essa intervenção tem que ser igual está sendo atualmente. A gestora não tem nada a ver com Divinópolis, atua de forma técnica. Não pode ocorrer um retrocesso, ao tirar a Elis e colocar o hospital em risco”.

Janete tocou no assunto que é a possibilidade do Hospital São João de Deus, assumir a gestão do Hospital Regional de Divinópolis, com isso o hospital público atenderia a média e a alta complexidade, e nós não teríamos mais a UPA como hospital. Ao final Janete explicitou que apoia a campanha “FICA ELIS”

 

Entre no grupo do Whatsapp do Divinews e fique por dentro de tudo o que acontece em Divinópolis e região

comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Estamos felizes por você ter escolhido deixar um comentário. Lembre-se de que os comentários são moderados de acordo com nossa política de privacidade.

  1. Urbano da Costa disse:

    Não conheço pessoalmente está competente administradora, mas todas as vezes que eu fui ao hospital, depois da mesma ter assumido a administração do hospital, vi, por todas as vezes, obras de melhorias na parte estrutural do imóvel que a anos, frequentando o hospital, nunca vi. A população divinopolitana deveria se unir pela continuidade dos mesmos.

  2. Gilvanio disse:

    Ótima noticia!
    Parabéns aos que se envolveram nesta luta gigantesca e conseguiram vencer!

Continua depois da publicidade