Em entrevista coletiva, o chefe da Policia Federal em Divinópolis e Região, Daniel Sousa Silva, acompanhado do chefe do 7º Departamento de Policia Civil, Ivan José Lopes, detalharam a Operação Resgate, que foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (31), ocasião em que foram cumpridos 133 mandados judiciais em 15 municípios. Na região, além de Divinópolis, São Sebastião do Oeste, Carmo do Cajuru, Nova Serrana, Bom Despacho, Itaguara e Igarapé. Entre outras cidades, como Brumadinho, Ibirité, Mário Campos, Sarzedo, Mariana, Betim, Contagem e Belo Horizonte, mais um mandado em Rio Verde, em Goiás – Segundo o delegado Daniel Sousa, a investigação começou por que indivíduos da cidade reiteradas vezes cometiam o mesmo tipo de delito, principalmente a venda de veículos clonados, além de peças e motores adulterados
A partir das investigações em Divinópolis, a polícia chegou em outra quadrilha em Belo horizonte, que fornecia documentos falsos para dar suporte aos veículos clonados. Conforme o delegado, com o valor abaixo do mercado, várias pessoas compravam tais veículos clonados tendo consciência do crime que estavam cometendo.
Através da quadrilha de Divinópolis e de Belo Horizonte, foi identificada uma terceira que atuava em Betim, Brumadinho e Sarzedo, com pessoas envolvidas em furto, adulteração de veículos. Daniel Sousa, explicou que as três quadrilhas têm interligação, pois uma é cliente da outra. Cada uma delas tinha uma atuação. Quando um veículo era furtado, eles sabiam para quem poderiam vender, quem tinha interesse em clonar veículos, e para qual loja para qual ferro velho, o carro furtado poderia ser direcionado. “Eles tinham o contato, onde conseguir documento, onde conseguir peças, conseguir carro. Todas as pessoas durante o inquérito foram identificadas”
O Delegado Federal lamentou que pessoas tenham o hábito de comprar peças usadas em ferro velho, por que é isso que incentiva o mercado de roubo de carros. Com isso os furtos de veículos chegam a ser encomendados para fazer girar esse mercado criminoso.
A partir de agora, segundo o Delegado Federal, a finalização da investigação ficará sob a responsabilidade da Policia Civil, para saber como os envolvidos conseguiram os documentos falsos, e como os veículos foram adulterados
A Policia Civil, segundo informações do Chefe da Policia Civil, Delegado Ivan Lopes, participou da operação com um efetivo de 138 policiais, na Região Centro-Oeste, mais 160 homens na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Foi identificado durante a operação, que um policial Civil é suspeito de ter envolvimento com uma das pessoas investigadas, segundo o chefe da Policia Civil
Ivan Lopes alertou os ferros velhos existentes em Divinópolis, dizendo que quem quiser continuar na atividade, trabalhando no ramo deverá se adequar à lei 12.977 de 2014, que entrou em vigor em 2015, regulamentada pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Transito) em 2016, e ainda que no ano passado o Governado de Minas editou um decreto, e finalmente, mais recentemente uma portaria do Detran, deu condições de aplicabilidade das leis que regulamentam as atividades dos desmontes.
“Quem quiser continuar nesta atividade, deve se adequar a esta lei e para isso ele deve estar credenciado junto ao Detran. Constituir uma empresa, ter o alvará de localização, licença ambiental, do Corpo de Bombeiros. Só vai poder comercializar peças que tiverem procedência. As peças que forem colocadas a venda elas terão que ser rastreáveis e a sua qualidade atestada. Nem todas as partes de veículos poderão ser comercializadas para reuso. A suspensão por exemplo, ela não pode ser colocada à venda para reuso”, finalizou alertando mais uma vez, as pessoas envolvidas na atividade de ferro velho.
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