O Plano Pedagógico do curso de enfermagem da UEMG-Divinópolis não especifica a obrigatoriedade dos estágios curriculares serem realizados no município. A informação foi divulgada por estudantes da turma do 8º período, que se preparam para iniciar os estágios obrigatórios no 9º período, a partir de 20 de março de 2023.
Até agosto de 2020, os estágios ocorriam em Divinópolis, mas, desde então, passaram a ser realizados em municípios próximos, como Itapecerica, Itaúna, Oliveira, Carmo do Cajuru, entre outros. Para isso, a universidade disponibilizava um motorista e um carro do governo, com o preceptor de estágio, para deslocamento até a cidade do aluno.
No entanto, uma resolução do COFEN prevê que o estagiário precisa de um professor preceptor, mas não especifica a periodicidade da avaliação, uma vez que o aluno já é acompanhado por um enfermeiro da própria unidade de saúde. Dessa forma, teoricamente, o professor pode acompanhar o aluno uma vez por semana, uma vez a cada quinze dias ou uma vez por mês.
Em dezembro de 2022, a coordenação de estágio comunicou à representante de turma de enfermagem que os estágios seriam realizados apenas em Divinópolis, o que gerou questionamentos por parte dos alunos.
Os estudantes solicitaram uma reunião com a direção da universidade para entender os motivos da decisão e foram informados de que a restrição se deve à falta de recursos financeiros. A queixa dos alunos é sobre a garantia da permanência na universidade pública, a permanência pode ser uma grande dificuldade para muitos estudantes, especialmente aqueles que são estudantes e trabalhadores.
A realização de estágios é uma parte fundamental do processo de formação e é obrigatória, no caso da enfermagem.
No entanto, a necessidade de largar o emprego para fazer estágio pode ser uma barreira significativa para muitos estudantes. Isso pode levar a uma situação em que o aluno não tem como se manter financeiramente durante o período de estágio, o que pode prejudicar não apenas sua formação acadêmica, mas também sua subsistência. Portanto, caso não tenham uma solução, alguns alunos cogitam realizar o trancamento do curso.
Procurada, a direção da UEMG afirmou aos alunos do curso de enfermagem que nada pode ser feito para reverter a situação.
