Prefeito bolsonarista de Divinópolis sinaliza que não concederá gratuidade do transporte publico na eleição; vereadores protestam

Publicado por: Redação

Várias cidades do país anunciaram, nos últimos dias, que haverá gratuidade no transporte público municipal no próximo domingo, dia 30, quando acontece o 2º turno da eleição presidencial. Os prefeitos se basearam na decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite que os municípios liberem o transporte público gratuito no próximo domingo, sem que haja cometimento de crime eleitoral. Mas o prefeito bolsonarista Gleidson Azevedo, irmão do senador eleitor Cleitinho Azevedo que apoia o presidente e candidato Jair Bolsonaro, sinaliza que vai na contramão e deve barrar a gratuidade do transporte em Divinópolis.

No dia 18 de outubro o Ministro Luis Roberto Barroso, do STF, liberou que as prefeituras autorizem a gratuidade do transporte público no domingo, dia 30. Em seguida, a decisão foi avaliada pelos outros membros da corte, que no dia 19 de outubro, formaram maioria para manter a decisão. Desde então, várias prefeituras anunciaram que não haverá cobrança de passagem do transporte público no dia do 2º turno. A medida é uma forma de diminuir o número de eleitores ausentes e estimular a participação popular, já que no 1º turno o número de abstenções foi muito alto.

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25 capitais brasileiras já anunciaram a gratuidade do transporte no domingo, incluindo Belo Horizonte. Várias cidades do interior do estado também tomaram essa decisão. Mas, em Divinópolis, o prefeito Gleidson Azevedo ainda não se pronunciou oficialmente, apesar de que, nos bastidores, o que se diz é que ele já resolveu que irá barrar a gratuidade, alegando que o município não tem condições financeiras de arcar com essa liberação.

O assunto foi bastante comentado pelos vereadores durante a reunião ordinária da câmara nesta terça-feira (25/10). Roger Viegas, Lohanna França, Josafá e Hilton de Aguiar não pouparam críticas à inércia da prefeitura ao proteger os empresários do transporte e virar as costas para os eleitores. Os parlamentares chamaram a situação de “triste, absurda e nojenta”, conforme disse Hilton de Aguiar.

Lohanna França lembrou que no 1º turno o Brasil teve um alto número de eleitores ausentes. Ela disse que cerca de 30 milhões de pessoas deixaram de votar, o que corresponde a quase 20% do eleitorado. Em Divinópolis a situação foi semelhante. “A gente sabe a situação de vulnerabilidade econômica da população. E tirar mais de R$ 8 do bolso para ir votar é difícil sim. No momento de vulnerabilidade econômica as pessoas sofrem para custear esse tipo de coisa. E é importante que o transporte seja custeado, independente do candidato que a pessoa vai escolher”, disse a vereadora.

A vereadora lembrou que a prefeitura de Divinópolis deve repassar cerca de R$ 6 milhões até o fim do ano para o Consórcio TransOeste, como forma de arcar com parte dos custos do transporte público. Por isso, segundo ela, não é admissível que o município alegue não ter condições financeiras de custear a gratuidade no próximo domingo, o que, segundo Lohanna França, na verdade seria uma decisão política de Gleisdon. “Se você é direita, se você é de esquerda… o que importa é que seu direito de votar não pode estar condicionado ao seu poderio econômico. Então eu peço novamente que o tal prefeito do povo nos atenda. Porque a gente soube que custa R$ 90 mil para custear o transporte no domingo da eleição. Pro poder público, R$ 90 mil não é nada. Que vergonha, prefeito Gleidson! É o mínimo que o prefeito, que enche a boca para dizer que governa de fora para dentro, dê esse apoio dos cidadãos do bairro, através do custeio do transporte público no dia da eleição. Até porque, na hora de cuidar do empresário, ele cuidou”, disse Lohanna.

Hilton de Aguiar e Josafá disseram que a decisão da prefeitura é “covarde”, porque só busca beneficiar os empresários do transporte público, não se importando com a situação dos eleitores mais pobres. O vereador Roger Viegas também disse que o prefeito Gleidson deveria seguir a decisão do STF e liberar o transporte público gratuito em Divinópolis no domingo, até porque, o município vem custeando parte dos gastos das empresas. “Desta vez foi muito assertivo. O STF que é sempre colocado em cheque, desta veio em pluralidade, para beneficiar todos os moradores, todos nós que somos eleitores, com o transporte público gratuito. Se faz justo, se faz necessário”, disse Roger.

Os vereadores lembraram que o prefeito Gleidson está publicamente pedindo votos para um candidato, no caso, Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição. Para os parlamentares, a decisão de não permitir o transporte público gratuito em Divinópolis é uma estratégia de Gleidson para prejudicar um grupo de eleitores, e favorecer Bolsonaro. “Divinópolis poderia seguir a esteira de várias outras cidades, que já garantiram transporte público gratuito, como Itaúna, Contagem, São Joaquim de Bicas, Belo Horizonte e Uberlândia. Será possível que só Divinópolis não consegue bancar? A não ser que o prefeito esteja fazendo isso porque sabe que um grupo prefere votar mais em outro candidato, e esse grupo é justamente das pessoas que tem mais dificuldade econômica”, diz a vereadora Lohanna.

 

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    Esse prefeito não passa de um HIPÓCRITA MENTIROSO.
    Durante sua campanha política ele prometeu tirar a TRANCID/TRANSOESTE, ao invés disse, ele deu subsídio de quase R$ 6 milhões para a TRANSOESTE.
    E a COPASA? Será que o povo já esqueceu dos vídeos prometendo que iam tirar a COPASA? Já são dois anos de mandato, nada da COPASA sair, nada de TRATAMENTO DE ESGOTO e o povo pagando por um serviço não realizado.
    #foraazevedos

  2. Anônimo disse:

    Mesmo com todas as manobras, muito delas imoral e ilegal, a derrota é certa! Lula 2023! Chupaaaaa

  3. Francisco disse:

    Vou até de VELOCÍPEDE votar 13👊🏻👊🏻👆

  4. fernando almeida prates disse:

    Se a notícia é considerada desfavorável, o Divinews faz questão de deixar bem claro que o prefeito é “bolsonarista”, mesmo que tal informação não tenha nada a ver com a matéria. Nota-se que é uma chamada claramente tendenciosa. A tristeza é ver uma página que poderia cumprir o papel de informar, e se tornar um grande canal de notícias, contentar-se simplesmente a se prestar a um papel de militância política, sem que o público saiba até mesmo a troco de quê.

  5. João Antônio Corrêa Filho disse:

    Infelizmente, previsível. Esperar o quê de um bolsonarista de carteirinha, não?

  6. anonimo disse:

    Esses azevedos estao enlouquecidos pelo tanto poder que ganharam nao precizam de mais ninquem agora pra lhes dat humildade so DEUS

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