Imagens de drone mostra motociata e comício de Bolsonaro em Divinópolis: uma sexta-feira de caos com dinheiro público à disposição da campanha de reeleição

Publicado por: Redação

Divinópolis viveu uma sexta-feira (23) de caos no trânsito em vários pontos da cidade, causados pela visita do presidente/candidato Jair Bolsonaro. Na disputa pela reeleição, ele veio a Divinópolis e com o aval da prefeitura, fez o que quis por aqui. Quem tentou viver uma vida normal, trabalhar e seguir seus compromissos, não conseguiu passar por várias ruas e enfrentou uma série de problemas causados pela desorganização do evento.

Ainda cedo os apoiadores de Bolsonaro se aglomeravam nas ruas do entorno do aeroporto. Com carros, caminhões, motos e até de cavalo, os bolsonaristas travaram o trânsito. Os ônibus do transporte público tiveram que desviar a rota, ou enfrentar o congestionamento que começou logo cedo. Com todo o aparato público da prefeitura à disposição da campanha de Bolsonaro, o município não economizou na tentativa vã de organizar o evento no aeroporto. Várias equipes da Secretaria de Trânsito estavam por lá desde o início do dia. E mesmo eles estavam confusos e orientavam os motoristas a procurar trajetos alternativos.

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Também havia incontáveis policiais militares, que deixaram de fazer o trabalho para o qual são pagos e, ao invés de garantir a segurança da cidade, foram recepcionar o candidato/presidente. Muitas equipes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil também estavam no aeroporto. A chegada do presidente estava prevista para às 10h, mas só aconteceu às 11h37.

Mesmo com mais de 1h30 de atraso e debaixo de sol forte, o fanatismo por Bolsonaro fez com que as pessoas aguardassem a chegada do presidente. Enquanto isso, prefeitos, vereadores, candidatos e outros envolvidos com o cenário político protagonizaram cenas constrangedoras, tentando dar “carteirada” e usar os cargos que ocupam para tentar entrar na área restrita aos convidados. Mas a segurança reforçada frustrou esses planos.

“E esse animal aqui”, diz Bolsonaro ao se encontrar com o prefeito Gleidson

Outro momento bastante constrangedor foi logo que Jair Bolsonaro desembarcou do avião. O prefeito Gleidson Azevedo e o irmão Cleitinho pretendiam fazer uma “pegadinha” com o presidente. Gleidson fingiu ser o irmão e foi o primeiro a recepcionar o candidato. Em seguida, ele perguntou a Bolsonaro se poderia apresenta-lo ao irmão Gleidson, mas na verdade, se tratava de Cleitinho. O que a dupla engraçadinha não esperava era a reação do presidente, que ao ver Gleidson perguntou: “Quem é esse animal que está aqui?”. Que vexame.

Bolsonaro estava acompanhado do candidato ao governo de Minas, Carlos Viana e de outros aliados. Em seguida, ele tirou fotos e conversou com os puxa-saco de plantão que o aguardavam no saguão do aeroporto. Na porta do terminal, Gleidson deu pulos de alegria ao anunciar para o público a chegada de Bolsonaro, que apareceu em seguida e acenou para os apoiadores que o esperavam debaixo de sol há horas.

Bolsonaro então saiu, sem falar com a imprensa, subiu em uma caminhonete cheia de seguranças e foi para a estrada de acesso à comunidade Buritis, bem ao lado do aeroporto, onde aconteceu a concentração para a motociata. Com Cleitinho na garupa, ele puxou o trajeto até a praça do Santuário. Ignorando as leis do Código de Trânsito Brasileiro, Cleitinho e Bolsonaro deram péssimo exemplo e não usavam capacete. Várias pessoas que seguiram a motociata também não. Muitos estavam bebendo cerveja e fazendo farra, se arriscando pelo trajeto.

Quem ia para o trabalho ou tinha algum compromisso e teve a infelicidade de passar pelo mesmo trajeto da motociata encontrou o trânsito completamente travado e agentes da Secretaria de Trânsito sem conseguir colocar ordem na bagunça. O percurso entre o aeroporto e a rotatória da praça do Porto Velho chegou a demorar quase 1 hora.

A organização da motociata optou pelo trajeto mais longo. Passou pela Avenida Getúlio Vargas, Praça da Catedral e Avenida 1º de Junho, dando um nó no trânsito de Divinópolis. A chegada na Praça do Santuário foi no início da tarde, quando teve início o comício.

Presidente cristão, mas com ódio no coração

No palco montado pela prefeitura na esquina da Avenida 21 de Abril com Rua São Paulo, Bolsonaro e cerca de 80 apoiadores se reuniram. Os apoiadores do presidente também precisavam esperar por horas, já que a fala prevista para começar às 11h só teve início por volta de 14h.

Bolsonaro fez questão de começar o discurso falando que o Brasil é um país laico, porém, com um presidente cristão. Apesar de se dizer religioso, o candidato destilou bastante ódio aos concorrentes. Ele citou o nome de Lula de Dilma várias vezes e disse que, se não for eleito, o país vai se tornar em uma Venezuela ou na Nicarágua.

O candidato à reeleição desacreditou as pesquisas eleitorais e garantiu que vai ser vencedor já no 1º turno, com uma votação bastante expressiva. Bolsonaro falou aos eleitores que o presidente eleito terá a missão de escolher dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. E disse que, se depender dele, serão nomeadas pessoas que sejam contra o aborto e alinhados com os pensamentos políticos bolsonaristas.

Depois de chamar Lula de bandido e criminoso em vários momentos, Bolsonaro passou a criticar a ideologia de gênero. E apesar de já estar há quatro anos no comando do país, disse que nas as crianças ainda são “doutrinadas” por essa ideologia. E mais uma vez usou do discurso religioso para conclamar os apoiadores a votarem nele.

O discurso de Bolsonaro no comício durou cerca de 15 minutos. Em tom bastante agressivo, ele se auto afirmou como única esperança para “limpar” o país. E, apesar de não ter concedido entrevista para os jornalistas da cidade que o aguardavam, Bolsonaro disse ser a favor da liberdade de imprensa e prometeu proteger os veículos de comunicação.

Compromisso cancelado

Após o comício na Praça do Santuário Bolsonaro seguiu para um almoço com aliados em um clube, também na região central. E detalhe: apesar de não ser um compromisso oficial de governo, e sim de campanha, vereadores da cidade foram vistos usando os carros do legislativo para participar dos eventos. Mais um exemplo de gasto de dinheiro público para interesses eleitoreiros.

Na agenda divulgada pela prefeitura, a última agenda de Bolsonaro na cidade seria um encontro com lideranças religiosos e representantes de entidades ligadas à adoção. Os grupos já estavam na porta do clube, esperando pela reunião, quando foram avisados de que Bolsonaro iria desmarcar o compromisso. Com a agenda bastante atrasada, ele seguiu direto para o aeroporto, frustrando os apoiadores que o aguardavam.

Após a farra em Divinópolis paga com recursos da prefeitura, Bolsonaro seguiu para Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde participa de outros compromissos. A cidade, que viveu um dia de caos, tumulto, euforia e fanatismo, só precisa saber agora quanto custou, aos cofres públicos, a campanha do candidato por aqui.

 

Tamanho do Comício: Do alto em imagem captada por drone dá para comprovar que o espaço ocupado, foi da Rua Rio de Janeiro, até a São Paulo, e da própria São Paulo, não passou do limite da construção da Igreja do Santuário. O comício ocupou apenas a Praça em si e uma pequena rua paralela a ela. 

 

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    Estão morrendo de medo do Bolsonaro.

    Essa esquerda ridícula e burra.

  2. Anônimo disse:

    Divinópolis encerrou a semana nacional do trânsito com chave de ouro. Quantas autuações foram feitas durante a motociata? No caso quem prevaricou??? Que nojo desse povo 🤢🤮🤢🤮

  3. nome disse:

    Gente respeito muito a opinião política de cada pessoa e acho que se gosta de um candidato deve-se apoiá-lo mesmo, mas esse pessoal não trabalha não? 14h numa sexta-feira???

    1. Daniel disse:

      Divinews, aceita que doi menos, Jair Messias Bolsonaro eleito no primeiro turno.

    2. Carlos Mendes disse:

      O melhor do Brasil! Prefiro dois militares no governo do que dois ladrões… E eu apoio o que ele faz. O único até hoje que desafiou o sistema sem ter qualquer mácula.

    3. Anônimo disse:

      Era os PeTralhas disfarçados para ver o Mito! kkkkkkkkk

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