Prestação de contas: Cleitinho Azevedo (PSC-MG) abomina, mas usa FUNDÃO para projetar sua campanha em ‘propaganda casadas’

Publicado por: Redação

Faltando poucos dias para as eleições de outubro, os gastos envolvendo as campanhas atingem somas milionárias. Só com os recursos do chamado Fundão Eleitoral, candidatos vão ter à disposição quase 5 bilhões de reais. Cleitinho, que tenta se eleger ao Senado, se orgulha em dizer ser terrivelmente contrário ao “Fundão”, mas se esquece de que, indiretamente, também é beneficiado por esse dinheiro destinado aos partidos políticos.

Em Junho deste ano o TSE, Tribunal Superior Eleitoral, divulgou a tabela atualizada com os recursos do chamado Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o Fundão Eleitoral. R$ 4,9 bilhões foram divididos entre os partidos políticos levando em consideração uma série de critérios definidos pela Lei Orçamentária Anual. Em seguida, o recurso é repassado pelo próprio partido para os candidatos, de acordo com a forma decidida pela comissão executiva de cada legenda. De acordo com o TSE, só o PSC, partido do Cleitinho, recebeu mais de R$ 75 milhões.

Continua depois da publicidade

O Fundão Eleitoral é mantido por recursos liberados pelo governo federal. Os quase 5 bilhões deste ano representam o maior valor da história. A justiça eleitoral diz que “as verbas do Fundo não são uma doação do Tesouro Nacional aos partidos ou às candidatas e candidatos. Os valores devem ser empregados exclusivamente no financiamento das campanhas eleitorais, e as legendas devem prestar contas do uso dessas quantias à Justiça Eleitoral. No caso de haver recursos não utilizados, eles deverão ser devolvidos para a conta do Tesouro Nacional”. É uma fonte legítima de recursos para as campanhas políticas, apesar de ser bastante questionada.

Muita gente questiona se o dinheiro repassado aos partidos políticos não deveria ser melhor aproveitado e aplicado para minimizar os tantos problemas que o país enfrenta. Vários políticos aproveitam esse discurso para recusar o recebimento de recursos do Fundão, dizendo ser contrários ao uso de dinheiro público em campanhas. É direito do candidato usar ou não o recurso, seguindo o que a própria consciência e ética mandarem.

Um dos candidatos que se declaram contrários ao Fundão é Cleitinho Azevedo, que disputa uma vaga no Senado. Em várias entrevistas, Cleitinho “demonizou” o Fundo Eleitoral, se orgulhando em dizer que não usaria esses recursos na campanha. Mas, o que o candidato não disse, é que indiretamente ele também se beneficia desse dinheiro repassado pelo Tesouro Nacional. A campanha de Cleitinho tem distribuído milhares de santinhos confeccionados “em parceria” com outros candidatos que usam justamente o Fundo Eleitoral para pagar por essa propaganda. Uma situação no mínimo irônica e um tanto quanto hipócrita, não?

Adesivos e panfletos com o número de campanha de Cleitinho foram impressos em parceria com Domingos Sávio (PL) e Fabiano Tolentino (PSC). Os dois usam recursos do Fundo Eleitoral e certamente aplicam esse recurso para pagar pela propaganda que também beneficia Cleitinho. Só para se ter uma ideia, na prestação de contas parcial divulgada pelo TSE, Domingos afirma ter recebido R$ 500 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. Já Tolentino declarou R$ 800 mil que vieram da direção nacional do partido.

Enquanto isso, na prestação de contas de Cleitinho apresentada ao TSE o candidato não declara o recebimento de recursos do Fundão. Dos R$ 463 mil arrecadados, parte veio de financiamento coletivo, outra parte de recurso próprio, e a maior parte do dinheiro é fruto de “doações de pessoas físicas”. Mais de 50% dos recursos vieram de membros da família Diniz, uma das mais ricas do país, incluindo R$ 140 mil doados por Alex Sandro Coelho Diniz, um dos suplentes de Cleitinho. Outro detalhe, no mínimo “curioso”, é que Cleitinho declarou o recebimento de R$ 16,2 mil da campanha de Domingos Sávio e R$ 7,2 mil da campanha de Fabiano Tolentino, dois candidatos que, como dissemos, usam recursos do Fundão Eleitoral e fizeram material de campanha para divulgar o candidato Cleitinho.

Ao nosso ver, é no mínimo irônico e questionável um candidato que se diz contrário ao Fundo Eleitoral receber recursos de outros candidatos que usam esse dinheiro. E, além disso, aproveitar a “propaganda em conjunto”, paga com dinheiro do Fundão. Nós entramos em contato com as assessorias de Domingos Sávio e Fabiano Tolentino para tentar esclarecer a situação.

A assessoria de Domingos Sávio diz que há uma “lógica” por trás disso e que o candidato agiu corretamente. “Foram criados alguns adesivos em que metade é do Domingos e a outra metade é do Cleitinho, a pedido de apoiadores nossos que também apoiam o Cleitinho e que queriam colocar apenas um adesivo no carro. Com isso, é feita uma doação proporcional da nossa campanha para a campanha do Cleitinho. Todo mundo que age corretamente, dentro da lei, deve agir assim”. A assessoria ainda garantiu que as doações feitas a Cleitinho não contaram com dinheiro que veio do Fundão e sim vieram de outras fontes de recursos.

A assessoria de Fabiano Tolentino seguiu a mesma linha de raciocínio. Diz que os materiais feitos “em parceria com Cleitinho” foram pagos com recursos próprios de Tolentino. “Depositei meu dinheiro na conta das doações privadas e paguei os materiais”.

Contudo as informações do TSE são genéricas. Os dados não são especificados.

 

Consultem o Divulgacand

 

Entre no grupo do Whatsapp do Divinews e fique por dentro de tudo o que acontece em Divinópolis e região

comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Estamos felizes por você ter escolhido deixar um comentário. Lembre-se de que os comentários são moderados de acordo com nossa política de privacidade.

  1. Anônimo disse:

    Sem vergonha, não sabe oquê está fazendo até hoje

  2. JUSTO VERÍSSIMO disse:

    Se é verdade que o dinheiro saiu do bolso do Fabiano e do Domingos é só conferir os recibos de doaçoes que o Cleitinho declarou estes valores.

  3. Anônimo disse:

    TUDO PUDRIQUERA PULITICA.

    sao geronimo

Continua depois da publicidade