Entenda motivos da iminente guerra: Ucrânia, uma nação histórica sob a sombra da Rússia; Relação com o Brasil

Publicado por: Redação

Até 1991, a Ucrânia era uma das 15 repúblicas que formavam a União Soviética (URSS). Com o colapso da URSS, em agosto daquele ano, a Ucrânia tornou-se uma nação independente e estabeleceu laços mais próximos com as potências ocidentais, o que incomodou a Rússia – Desde então, Kiev tenta controlar seu destino, muitas vezes sem sucesso, sob a sombra de seu maior e mais poderoso vizinho – Embora Ucrânia e Rússia tenham origens históricas comuns, a parte ocidental possui laços mais próximos com seus vizinhos europeus, particularmente a Polônia. Nesta parte do país, há um forte sentimento nacionalista – A Russia não quer a Ucrânia como membro da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que reúne a Albânia, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Chéquia, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estados Unidos, Estónia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Macedónia do Norte, Montenegro, Noruega, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Roménia, Turquia – Vladimir Putin entende que com isso a Russia ficar vulnerável se a OTAN decidir instalar bases militares na Ucrânia como um novo membro da Organização. 

Uma minoria significativa da população tem o russo como sua primeira língua, particularmente nas cidades e no leste industrializado.

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A relação de Kiev com Moscou influenciou a política interna ucraniana desde o início do século 21 – No final de 2004, após protestos contra irregularidades na eleição presidencial vencida por Viktor Yanukovich, próximo ao Kremlin, o pleito foi anulado.

Em uma nova votação, o oposicionista Viktor Yushchenko sagrou-se vencedor, no processo que ficou conhecido como Revolução Laranja.

Anos depois, uma nova revolução levaria o país a mais uma vez confrontar a interferência russa. Viktor Yanukovich voltou ao poder em 2010, quando foi eleito presidente, após o grupo que nasceu da Revolução Laranja ter sido abalado por disputas internas e denúncias de corrupção.

No final de 2013, Yanukovich rejeitou um acordo de associação com a União Europeia e tentou reaproximar o país de Moscou.

A medida levou a enormes protestos de rua que envolveram choques violentos com as forças de segurança. Yanukovich deixou Kiev e exilou-se na Rússia.

A crise levou à invasão da região da Crimeia pela Rússia, que anexou o território, alegando laços históricos. Rebeldes apoiados por Moscoudeclararam a independência das províncias de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, conhecidas conjuntamente com a região de Donbas, o que não foi reconhecido pela comunidade internacional.

A tensão com Moscoue o conflito no leste ucraniano continuaram, até que em 2021 a Rússia parecia estar prestes a invadir a Ucrânia, com grande poderio militar estacionado próximo à fronteira. O presidente russo, Vladimir Putin, exigia um compromisso da Otan, a aliança militar ocidental, de que a Ucrânia nunca se tornaria membro da organização, o que foi rejeitado pela aliança.

A história ucraniana, que inclui a maior tragédia nuclear do planeta, ocorrida em 1986 em Chernobyl, também reúne eras de glória, que geraram marcos arquitetônicos em suas cidades. Kievé reconhecida por sua bela paisagem urbana, marcada pelos domos de suas igrejas históricas — o berço da nação está associado ao crescimento do cristianismo ortodoxo no Oriente.

No século 21, a Ucrânia ganhou destaque em algumas modalidades esportivas, como futebol e tênis.

Relação com o Brasil

No final do século 19 e início do século 20, o Brasil recebeu milhares de imigrantes ucranianos. A comunidade de descendentes está hoje concentrada no Estado do Paraná, onde vivem cerca de 80% dos brasileiros de ascendência ucraniana, que totalizam cerca de 600 mil pessoas. Na Ucrânia, segundo o Itamaraty, vivem cerca de 300 brasileiros.

O Brasil reconheceu a independência da Ucrânia logo depois de sua declaração, ainda em dezembro de 1991. As relações diplomáticas foram oficializadas em fevereiro de 1992, com a embaixada ucraniana sendo aberta em Brasília no ano seguinte, e a brasileira instalada em Kiev em 1995.

Os presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva realizaram visitas oficiais à Ucrânia, em 2002 e 2009, respectivamente, e o Brasil recebeu três visitas de chefes de Estado ucranianos, em 1995, 2003 e 2011.

Um projeto espacial conjunto dos dois países foi lançado em 2003, prevendo a utilização do Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, pelo foguete ucraniano Cyclone-4 para o lançamento de satélites.

Segundo o Itamaraty, a crise e consequentes conflitos iniciados em 2013 reduziu significativamente o comércio entre os dois países e afetou o acordo espacial. O Brasil acabou decidindo retirar-se do projeto, que foi extinto em 2019.

As exportações brasileiras, que em 2012 haviam atingido US$ 624 milhões, perderam fôlego até somarem US$ 111 milhões em 2019. O fluxo comercial total caiu de mais de US$ 1 bilhão antes dos conflitos para pouco mais de US$ 200 milhões em 2019, com o Brasil mantendo sempre um superávit.

Com  G1

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