UFMG poderá ser a “Oxford” brasileira em pesquisa de desenvolvimento de vacinas

Publicado por: Redação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciou ontem que vai investir R$ 50 milhões para que o Centro de Tecnologia em Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG se torne a “Oxford Brasileira”, em alusão à universidade britânica responsável pelo desenvolvimento da AstraZeneca. “Criamos uma parceria entre o Ministério e a UFMG para desenvolver o Centro Nacional de Vacinas. Vamos entrar com R$ 50 milhões para que tenhamos tipo a Oxford Brasileira”, afirmou o ministro Marcos Pontes. O titular da pasta disse que o investimento é resultado do trabalho de excelência da universidade mineira.

“Gostaria de parabenizar a todos pelo magnífico trabalho que fazem em diversas áreas, em relação às vacinas, sob coordenação de profissionais de altíssimo gabarito. Hoje vamos falar dessas vacinas, mas tivemos outros resultados como reagente nacionais para testes e kit para teste diagnóstico”, afirmou Pontes.

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O objetivo é ampliar a infraestrutura para desenvolver vacinas. Conforme o Estado de Minas havia mostrado, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já assinou um termo de patrocínio de R$ 30 milhões para dar andamento às pesquisas da UFMG. O recurso vem do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

A reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sandra Goulart Almeida, também participou do anúncio do ministro de Ciência e Tecnologia e reforçou o desejo de que o desenvolvimento da SpiNTec – vacina desenvolvida pela universidade – seja apenas o início. “Que o CT-Vacinas se torne o Centro Nacional de Vacinas.”

Ao ser questionado sobre a possibilidade da aplicação da SpiNTec como uso emergencial, o ministro respondeu: “Essa vacina poderá ser usada dentro de uma constelação de vacinas nacionais que surgirão. Como o Queiroga (Marcelo, ministro da Saúde) falou, teremos vacinação anual. Vacinas nacionais poderão ser utilizadas com o controle completo da tecnologia pra atender qualquer mutação do vírus”.

Em entrevista ao Estado de Minas no último dia 23, o professor Flávio da Fonseca, um dos pesquisadores do CT-Vacinas à frente do desenvolvimento da SpiNTec, afirmou que, se for demonstrada sua segurança e eficácia, os imunizantes brasileiros, entre eles a fórmula da UFMG, chegarão aos braços dos brasileiros somente no ano que vem, quando a população já estará vacinada.

Flávio voltou a dizer que essas vacinas serão caracterizadas como dose de reforço, com o objetivo de manter a imunidade das pessoas em relação às infeções provocadas pelo Sars-Cov2, vírus com o qual ainda conviveremos por muito tempo.

Os custos das vacinas para os cofres públicos ainda são incertos. O secretário de Pesquisa e Formação Científica do ministério, Marcelo Morales, disse que, por enquanto, o valor ainda não está definido, mas “certamente estará dentro dos custos que as outas vacinas estão sendo compradas”. Santuza Ribeiro, professora do ICB/UFMG e integrante do CT-Vacinas, ainda completou ao dizer que o valor deve ser relativamente menor do que o preço de mercado da AstraZeneca ou a Pfizer.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou no sábado (31/7) que recebeu o pedido para realização de estudo das fases 1 e 2 da vacina SpiNTec. O objetivo é testar o imunizante feito em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) em humanos. A solicitação para autorização do próximo passo da pesquisa foi enviada na última sexta-feira (30/7).

De acordo com a UFMG, as duas fases têm o objetivo de avaliar a segurança da vacina para identificar se a mesma provoca ou não efeitos adversos. Outro intuito é a comprovação de sua capacidade imunogênica, ou seja, de induzir a geração de anticorpos e de células de defesa específicas contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2). A fase 1 reunirá aproximadamente 40 voluntários. Já a segunda, entre 150 e 300 pessoas.

Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise iniciada agora considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos, que são realizados em laboratório (in-vitro) e em animais como macacos, hamsters e camundongos humanizados (transgênicos suscetíveis à infecção pelo novo coronavírus). Antes do pedido formalizado, a Anvisa já havia realizado reuniões prévias para orientações e esclarecimentos aos desenvolvedores da vacina.

Fonte: Agência Brasil/Estado de Minas

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