Foi velado na manhã desta sexta-feira (25) na Câmara Municipal de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, o corpo de Cassio Remis dos Santos (PSDB), de 37 anos, assassinado a tiros na tarde dessa quinta-feira (24). Cerimônia durou poucas horas devido às regras sanitárias impostas pela pandemia de coronavírus.
Segundo o vereador Paulo Roberto dos Santos, conhecido como Panxita (PTB), que é tio da vítima, a família está devastada. “É uma coisa trágica. Em primeiro lugar, quero agradecer a todas as famílias que têm orado pela alma do Cassio e peço para que orem mais, pelo pai, pela mãe e pelo irmão, que estão transtornados. É uma coisa que a gente nunca imaginava na vida”, lamentou o parlamentar em entrevista à rádio local Difusora.
Ainda de acordo com ele, o velório aconteceu entre às 8h e às 11h, quando o cortejo seguiu para o Memorial Jardim dos Ipês, na mesma cidade, onde ele foi sepultado por volta das 11h30.
Panxita espera que o suspeito do crime seja capturado logo. “Espero que seja feita justiça, que nosso Ministério Público e nossa polícia ajam e que realmente peguem esse cidadão que fez essa tragédia. Isso não tem como reparar. Um pai e uma mãe enterrarem um filho, eu acho que é a coisa mais triste do mundo”, completou.
Entenda
Cassio Remis fazia uma transmissão ao vivo nas redes sociais denunciando uma obra da prefeitura de Patrocínio que, supostamente, beneficiaria o comitê de campanha do atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Deiró Marra (DEM).
Durante o vídeo, o secretário de Obras do município e irmão do atual mandatário, Jorge Marra, de 60 anos, chegou ao local em uma caminhonete e tomou o celular do político. Depois disso, em frente à secretaria, eles tornaram a brigar e o autor sacou uma arma e disparou na cabeça de Remis, que morreu no local.
Conforme o tenente-coronel Caixeta, da Polícia Militar de Patrocínio afirmou na manhã desta sexta-feira, o suspeito ainda está sendo procurado. De acordo com o policial, não há suspeitas de seu paradeiro.
Prefeito
Em coletiva de imprensa na tarde dessa quinta-feira (24), o prefeito de Patrocínio, Deiró Marra, disse que não havia “nenhum fato e nenhuma ação anterior” que justificasse a briga e posterior a morte do ex-vereador Cassio Remis. Leia a declaração:
“Esperamos que todos os fatos possam ser elucidados e possam ser de forma transparente apurados pelas polícias, com a mais absoluta isenção de tudo isso. É um fato que choca todos nós. Digo aqui que todas minhas diferenças de campo político sempre foram resolvidas através do debate, das palavras, das discussões, jamais tive qualquer atitude fora desse campo.
Infelizmente não conheço e não sei de nenhum fato e de nenhuma ação que culminou nessa tragédia, mas posso aqui externar minhas condolências à família do ex-vereador Cássio Remis, a todos os seus familiares. Em consideração ao posto que ele ocupou e sua trajetória estamos decretando luto oficial no município de Patrocínio por três dias.
Nós esperamos do fundo do coração que Deus possa dar muita paz, muita tranquilidade para todas as nossas famílias, a nossa e a do vereador. Vamos deixar como homem público que sou, homem tranquilo que sou nas mãos de Deus e da Justiça, para apurar todas as ações que culminaram com essa atitude.”
Investigação
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que continua investigando o paradeiro do suspeito e já ouviu algumas testemunhas. “Todas as providências já estão sendo tomadas para apurar motivação e circunstâncias do fato”, informou.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, será representada nesta sexta-feira junto à Justiça o pedido de prisão preventiva de Jorge Marra, caso não seja efetuado o flagrante.
Com: O Tempo