No dia “Mundial da Liberdade de Imprensa” bolsonaristas agridem e ameaçam jornalistas do Estadão, Folha e Globo

Publicado por: Redação

Manifestantes pró-governo Jair Bolsonaro agrediram, ameaçaram e expulsaram jornalistas que cobriam o ato na rampa do Palácio do Planalto realizado neste domingo (3) com a presença do presidente da República – Enquanto o presidente acenava para apoiadores, o grupo passou a dirigir ofensas ao repórter fotográfico Dida Sampaio, de O Estado de S. Paulo, que registrava o momento. ​

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Um grupo se formou ao redor do fotógrafo, que foi derrubado por duas vezes e chutado pelas costas, além de tomar um soco no estômago. Além dele, o motorista do jornal, Marcos Pereira, também foi agredido.

Outros repórteres e profissionais de imprensa foram então empurrados e ofendidos verbalmente, incluindo os da Folha. Um repórter do site Poder360 também foi agredido pelos manifestantes.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro foi alertado, segundo imagens transmitidas pela live de sua rede social, da confusão envolvendo jornalistas.

Ele prestigiou pessoalmente a manifestação de apoiadores a ele e com críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso.

“Expulsaram os repórteres da Globo, expulsaram os repórteres”, disse uma pessoa ao presidente.

Bolsonaro então respondeu: “Pessoal da Globo vem aqui falar besteira. Essa TV foi longe demais”, disse, sem repudiar as agressões aos repórteres.

Enquanto isso, apoiadores cercaram um grupo de repórteres que tentavam se locomover.

A Polícia Militar, que acompanhou o ato durante todo o momento, não apartou a confusão ao ser acionada pela Folha.

Somente em​ segundo momento, quando repórteres foram expulsos do local, a PM cercou a imprensa para fazer o isolamento.

Profissionais foram retirados do local depois sob a escolta e veículo da polícia.

Na sexta-feira, um grupo de 60 enfermeiros que protestava na Praça dos Três Poderes, em defesa do isolamento social e em homenagem aos profissionais de saúde que morreram no combate à pandemia, foram agredidos verbalmente por alguns militares bolsonaristas.

Usando máscara, os enfermeiros carregavam cruzes e faziam uma manifestação silenciosa. Um grupo menor, com roupas verde-amarela, chegou insultando os profissionais, chamando-os de “analfabetos funcionais”e “covardes”.

ENTIDADES E AUTORIDADE REPUDIAM ATAQUES

Os ataques aos jornalistas em frente à rampa do Palácio do Planalto aconteceram no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Neste ano, o tema definido pela ONU (Organização das Nações Unidas) é “jornalismo sem medo ou favor”.

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) divulgou nota em que “condena veementemente as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal O Estado de S. Paulo quando cobriam os atos realizados neste domingo em Brasília” e que espera que “as autoridades responsáveis identifiquem os agressores, que eles sejam levados à Justiça e punidos na forma da lei”.

“Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados.”

A presidente da Fenaj (Federação Nacional de Jornais), Maria José Braga, condenou as agressões.

“Nossa posição é de condenação a toda e qualquer agressão a jornalistas”, disse Braga. “Hoje foram dois repórteres fotográficos agredidos em Brasília. Repudiamos todas elas e pedimos o apoio da sociedade ao jornalismo e aos jornalistas.”

Autoridades também se manifestaram sobre as agressões.

O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), publicou em uma rede social.

“Dia da liberdade de imprensa. Mais que nunca precisamos de jornalismo profissional de qualidade, com informações devidamente checadas, em busca da verdade possível, ainda que plural. Assim se combate o ódio, a mentira e a intolerância.”

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também pelas redes sociais, solidarizou-se com jornalistas e pediu providências.

“Ontem enfermeiras ameaçadas. Hoje jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Cabe às instituições democráticas impor a ordem legal a esse grupo que confunde fazer política com tocar o terror”, disse Maia. “Minha solidariedade aos jornalistas e profissionais de saúde agredidos. Que a Justiça seja célere para punir esses criminosos.”

“No Brasil, infelizmente, lutamos contra o coronavírus e o vírus do extremismo, cujo pior efeito é ignorar a ciência e negar a realidade. O caminho será mais duro, mas a democracia e os brasileiros que querem paz vencerão.”

ATENTAR CONTRA A CONSTITUIÇÃO

O que diz a lei:
São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição e, especialmente, contra […] o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais” das unidades da Federação. A lei também diz que é crime de responsabilidade contra a administração “expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição”.

Situações que poderiam ser enquadradas:

Manifestações contra STF e Congresso

  • No último dia 15 de março, o presidente incentivou e participou em Brasília de ato que tinha como pauta a defesa do governo e fortes críticas ao Legislativo e ao Judiciário. Houve manifestantes com placas pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo. Bolsonaro cumprimentou participantes e fez fotos com muitos deles. Depois, subiu a rampa do Planalto, em certo momento sob um coro que pedia a volta do AI-5, ato da ditadura militar que fechou o Congresso e suspendeu direitos.
  • Neste domingo (3), Bolsonaro mais uma vez prestigiou pessoalmente uma manifestaçãode apoiadores a ele e com críticas ao STF e ao Congresso. Desta vez, o ex-ministro Sergio Moro também foi alvo do protesto. Em declaração transmitida em rede social, Bolsonaro afirmou: “Temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade”

 

Folha de São Paulo

 

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comentários

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  1. Jonny disse:

    Não eram jornalistas de verdade! Eram militantes de esquerda disfarçados de jornalistas! Só fazem reportagens tendenciosas desrespeitando um homem honesto! Apoiadores de ladrões do dinheiro publico e corrupto que tudo podiam fazer e não eram criticados por nada! Agora clamam por liberdade de imprensa coisa que não terão por nem um segundo se pra comunistas tomarem o poder!

  2. Anônimo disse:

    A Globo folha e Uol apanharam só uma vez e já estão reclamando, é ruim ter telhado de vidro. Falar mal dos outros e jogar a população contra o presidente pode né kkkkkk

    1. Guilherme de orange disse:

      Esse gado idólatra está pior que os petistas…podem pedir ao seu lider supremo pra ajeitar vacina contra aftosa de graça pra eles, estao de parabéns.

  3. Ana disse:

    Na verdade sao meia duzia de lunaticos,nao jovem,que apoia um irresponsável.

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