Com post “Bem-vindos a 1964” advogado denuncia agressão de policiais militares de Minas; diz que repressão é real

Publicado por: Redação

Através de um post nas redes sociais, o advogado Anselmo Alves de Carvalho Junior, filho de um Juiz, que posteriormente o Divinews apurou ter o mesmo nome do filho, Anselmo, foi publicado no sábado (04) às 16:48, e logo viralizou – O advogado explicou em detalhes a agressão que sofreu por parte de alguns policiais que ele identificou, citando inclusive os nomes dos que foram mais proativos na ocorrência policial, que começou no momento em que ele estava em um bar, conhecido como “Bar da Val”, com outros amigos (leia o texto a seguir) – Ao final do post, o advogado questiona se o procedimento da polícia seria uma nova orientação sob o governo Bolsonaro, e diz: “Cuidem-se a repressão é real”

 

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O fato é que, o Divinews em contato com a Agência Regional de Comunicação da 7ª Região de Policia Militar, recebeu a informação que institucionalmente a entidade militar só se manifestará publicamente sobre o fato após serem comunicados oficialmente. Já o Presidente de OAB Divinópolis, Manoel Brandão, disse também que depois que ocorrer a reunião que os membros da Ordem terão com o advogado, nesta próxima terça-feira às 10 horas, é que haverá um posicionamento oficial. Contudo adiantou que a OAB está e estará sempre pronta para as garantias individuais, seja o cidadão advogado ou não.

O Post

DIVINÓPOLIS – policiais militares invadem bar da Val na rua São Paulo com truculência, abusam do poder de autoridade, tentam quebrar braço de advogado sem qualquer constrangimento. Infelizmente acabou o limite da observância da lei nessa era negra bolsonarista. Lamentável esses abusos cada vez mais frequentes pelos militares que agora se acham intocáveis pela justiça e lei

O motivo desta manifestação é simples: A Polícia me prendeu, sem qualquer crime ou razão, para “averiguação”. E não, isto não é um fato fictício.

Explico. Ontem, 03/05/19, sexta-feira, estava com a Gabriela Pedrosa e alguns amigos no “Bar da Val”, na região central de Divinópolis. Se trata de um estabelecimento completamente fechado por grades nas laterais e na frente, sem saída por trás e com uma única porta. Haviam muitas pessoas no local, pacificamente, algumas bebendo, outras não, sem qualquer agitação, sem som, sem qualquer confusão.

Por volta das 23h, 4 viaturas da PMMG pararam abruptamente na frente do estabelecimento, momento em que aproximadamente 6 policiais desembarcaram e, com toda agressividade possível, começaram a dar uma “batida” na frente da única porta.

Durante a ação, dois policiais, sem qualquer motivo, sem resistência de qualquer dos presentes e sem qualquer risco, sacaram as armas em direção aos clientes do bar. Neste momento, eu que sou advogado (OAB/MG 182.414) e estava em pé próximo a porta do bar, questionei a um dos referidos PM sobre o porque ele estava com a arma sacada, colocando em risco todos os presentes. Me dirigi a outro Policial e o pedi que acalmasse aquele que estava mais exaltado, mas fui ignorado.

Logo após, umas 7 pessoas adentraram o bar, e as acompanhei. Permaneci sentado na primeira mesa ao lado da porta, onde o pessoal que veio comigo estava, para aguardar. Então, 3 policiais entraram no estabelecimento e prontamente começaram a me agredir sem motivo. Um deles, chamado Figueiredo, torceu meu braço esquerdo pra trás e tentou quebrá-lo. Logo após, um policial me agarrou meu braço direito, e um foi por trás e me algemou o mais forte possível, o que acabou deixando hematomas nos meus pulsos. Isso sem que eu tivesse apresentado qualquer resistência, absolutamente nenhuma, e sem que houvesse qualquer risco de fuga, uma vez que estava sentado na mesa de um bar completamente fechado, com uma única porta onde estavam os demais policiais.

Mesmo após algemado, e ainda sem oferecer qualquer resistência, se recusaram a dizer o motivo pelo qual estava sendo preso, se recusaram a se identificar, não permitiram que eu comunicasse a prisão a ninguém e não permitiram sequer que eu pegasse meus documentos pessoais. Um deles ainda afirmou “somos policiais, nós vamos fazer o que quisermos”. Minha sorte foi que não estava lá sozinho, e pessoal avisou meus pais.

Na sequência, o PM Figueiredo novamente tentou quebrar meu braço, empurrando meu corpo pra frente e torcendo o braço pra trás, motivo pelo qual ainda estou com bastante dor no ombro. Outro policial, de nome Sgt. Maia, me arrastou para a viatura e abriu a “cela” do porta-malas. Me revistaram por duas vezes, levantando camisa, calça, etc., e nada encontraram, como era de se esperar.

Diante de tal situação, eu voluntariamente tentei entrar na “cela”, e quando isso ocorreu, o PM de nome Vidal me empurrou, o que fez com que eu caísse. Já dentro, pedi um momento para colocar minhas pernas pra dentro, e como neste ponto já é de se imaginar, fui ignorado e o policial Figueiredo fechou a tampa do porta-malas sobre minhas canelas até que a porta travasse.

Fui conduzido à delegacia de Polícia Civil. Ao ser puxado para fora do carro, fiz questão de observar e guardar o nome dos policiais que estavam cometendo tal abuso de autoridade, Figueiredo e Maia foram os principais. Ao subir a rampa, o Sgt. Maia me puxou, torceu meus braços que já estavam algemados, apertou meus dedos, empurrou com força minha nuca, e disse: “tá olhando pra mim porque?”. Respondi apenas “estou olhando o nome de vocês”, e ele me disse “você vai ver o que eu vou fazer com você”.

Já dentro da delegacia, sem qualquer motivo que justificasse o que fizeram, os Policiais Militares conversaram entre si e resolveram que iriam registrar a prisão por desobediência, que obviamente não ocorreu. Me colocaram em pé, de frente para uma parede, algemado. Assim que me identificaram e viram que era advogado, retiraram as algemas e não me colocaram na cela, me mandaram sentar. Como um passe de mágica, passaram a ter educação, a dizer por favor e obrigado.

Meu pai, que é Juiz, chegou acompanhado do advogado Dr. Halssil. Ao vê-los, por um “aparente milagre”, todos os policiais se tornaram dóceis e amáveis, agindo agora com educação e extrema cortesia, tanto com eles quanto comigo.

Como sou advogado, há por lei a necessidade da presença de um representante da Ordem, que foi chamado pela minha família e não pela Polícia. Ao chegar, o representante se dirigiu a mim, momento em que o PM Figueiredo, o mais agressivo de todos, pediu, como um expert em educação, um cartão do representante para registrar o nome do mesmo. Ao receber o cartão, disse o seguinte: “um prazer imenso conhecer o senhor doutor, tenho que devolver ou posso guardar pra mim?”. O representante disse que poderia ficar, e eu disse em voz alta: “Agora além de educado ele virou puxa-saco”.

Minutos depois, os Policias devolveram meus pertences e após as formalidades, fui liberado sem sequer ser ouvido. Ao meu pai, o mesmo policial puxa-saco disse: “foi um prazer conhecer o senhor dr.”. Assinei somente um Termo de Compromisso de Comparecimento.

Poderia não expor tal fato aqui, mas diante do momento que vivemos, acho extremamente importante que eu o faça. Porque eu posso, não porque eu seja melhor que qualquer outra pessoa, não sou, mas por causa das minhas condições pessoais. Porque sou branco, de classe média alta, advogado e sou filho de um juiz. Porque a educação dos policiais não pode aparecer só para aqueles que podem fazer algo. Apenas imaginem se fosse pobre, negro e favelado. Se não tivesse ninguém olhando por mim. O que poderia ter acontecido? Talvez 80 tiros, como acabamos de ver.

Obviamente, se o motivo fosse uma suposta desobediência, deveriam ter dado voz de prisão para todos, mas vieram atrás de mim apenas. Porque eu os questionei na frente de outras pessoas. Porque quiseram mostrar força, queriam mostrar o que aconteceria se alguém os questionasse. Queriam mostrar que eram poderosos.

Felizmente, o estabelecimento onde ocorreram os fatos conta com câmeras de segurança externas e aparentemente internas também, então toda ação foi gravada. Já requisitei as filmagens à dona, que gentilmente se disponibilizou a cedê-las. Assim que as receber, vou colocar o vídeo no YouTube e atualizar esta publicação com o link.

Hoje irei comparecer a Policia Civil para dar notícia do fato, e na segunda-feira ao Ministério Público, para que os policias que cometeram o abuso de autoridade sejam responsabilizados criminalmente.

Além disto, amparado na Lei, acionarei civilmente os responsáveis, para que sejam obrigados a pagar uma indenização. Representarei, também, perante a Corregedoria de Polícia. Por fim, vou requisitar uma manifestação oficial da OAB.

Vou atrás dos responsáveis. Eles não podem achar que podem fazer este tipo de coisa e ficar tudo bem, sem consequências. Porque quanto mais fizerem isto e nos calarmos, mais eles irão se sentir legitimados a fazer este tipo de coisa. Não dá pra deixar passar.

Atônito e com medo, fui injustamente agredido e humilhado perante todos os presentes, por aqueles que deveriam estar ali para me proteger e proteger os demais. Tive minha dignidade, base da democracia, completamente violada sem qualquer constrangimento por parte dos responsáveis. Ou melhor, por bandidos travestidos de policiais.

Esta é a nova orientação da polícia sob o governo Bolsonaro. Cuidem-se, a repressão é real.

Peço a todos que puderem, que compartilhem este relato. Precisamos fazer algo antes que seja tarde demais.

Por fim, se fosse possível voltar no tempo até o início de tudo, de cabeça fria digo que não mudaria nada. Não podemos nos calar.

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comentários

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  1. Anônimo disse:

    Bom dia. Ao meu ver o denunciante advogado, deveria se atualizar. Pois assim saberia que o manual da policia militar prevê arma em punho em casos de abordagens. Nao cabe a ele questionar tal conduta. O problema é que no Brasil muitas pessoas querem dar opiniões em assuntos q n tem conhecimento. Outra coisa. Será que para a reputação de um “nobre” e “conhecedor da lei” frequentar um local q possui denúncias de contravenções. Penso q n pega bem. Se estivesse em local ” tranquilo” nao seria submetido a busca pessoal pela PM. Ao meu ver quis aparecer p amigos e tomou na cara.

  2. anonimo disse:

    pra ser sincero quem gosta de policia e bandido porque vivem aprontando pra chamar a atencao deles e sair correndo como o rato e o gato

  3. anonimo disse:

    se esse cara candidatar a prefeito de Divinopolis ta eleito que cabra macho

    1. Maicon disse:

      “Cabra macho “? Ao que parece o que ele quer é mídia , ano que vem tem eleições duvido que o nome do mesmo não figure entre os candidatos ! Se estivesse na igreja ou no culto, duvido que Policias iam lá dar batida como o próprio mencionou.

  4. Pioho do porto disse:

    Me desculpem o meu comentário ….principalmente os policiais,policiais estes sem experiência,era apenas esperar sair do bar e dar uma blitz e o bafômetro faria o resto …. Precisa de sugestão melhor????
    Fácil e simples e eficaz….
    Não deixem de aproveitar a sugestão ….
    Use o bafômetro e teste de drogas .

  5. Leonardo Antunes disse:

    moro perto desse bar, a barulhada até as 4:00 da manhã de quarta-feira a domingo, os constantes abusos de álcool e drogas no local e ainda alguns de seus frequentadores gostam de carros com som potente e ao chegar ou sair do bar ligam no último volume, para disparar alarmes de carros e tremer as esquadrias dos edifícios, a polícia já deve ter uma centena de vídeos denunciando isso, já estamos inclusive organizando um documento para que a prefeitura limite o horário de funcionamento ou casse o Alvara de quem não respeita a lei do silêncio

  6. Anônimo disse:

    Como!? Esse rapaz tem meu respeito.
    Seja vc, filho de quem for, merece ser tratado com respeito e dignidade. Merece se divertir e sair. Se ele foi abordado dessa forma, seja verde, amarelo ou vermelho, deve levar a público sim.
    Ooooooo povo hipócrita. Não pode ter casa de massagem em bairro nobre e agora não pode bar na área central.

  7. Leopoldo disse:

    A PM deveria ser extinta, não precisamos de policiais truculentos, precisamos de polícia inteligente, bem formada e investigativa. Não precisamos de covardes, “bitolados” que obedecem segamente.

  8. Anônimo disse:

    Nao tem nada que ver uma coisa com a outra, Bolsonaro é governo Federal. Ja a policia militar é subordinada ao Governo Estadual. Concordo com a Lei do silêncio. Depois das 10 horas nao pode fazer bagunça pra não prejudicar os vizinhos. Quem mora no centro presencia desrespeito de jovens que bebem e fumam maconha, tem que denunciar msm. Nao sei se era o caso, mas a Polícia nao tava la atoa. No mais, parabéns policiais. Liberdade tem limete no direito dos outros.

  9. Joaquim disse:

    História mal contada e com detalhes para serem apurados. Não disseram se havia ocorrência em andamento, em especial contra o advogado ou se de repente ele tentou atrapalhar a abordagem a outra pessoa. Enquanto isso, o povo ignorante e o o “jornal” mais sem vergonha da cidade já vai descendo o cacete na PM.

  10. anonimo disse:

    marquinho clementino para prefeito ja

  11. anonimo disse:

    e ai povao de divinopolis e agora ainda vao querer votar em policial para prefeito da cidade

    1. Wesley disse:

      Sem sombra de dúvida. Não se pode generalizar por um fato isolado. Sargento Elton para prefeito.

    2. Anônimo disse:

      Claro melhor do que em bandidos

  12. Anônimo disse:

    Mais convenhamos lá também não tá assim um ambiente familiar não, sabemos que todo mundo tem que divertir, mais sempre respeitando os vizinhos e a região em que se está localizado o bar.
    Alguma coisa estava acontecendo fora ou dentro para a PM ir até o local.
    Depois das 22 horas tem a Lei do Silêncio para se cumprir você deve saber disso né.

    Ajude então a sociedade e a polícia para isto não acontecer mais.

  13. Roberto disse:

    O caso já foi julgado e encerrado pelo Whatsapp: A turma da Disneylândia condenou o rapaz como petista. Caso encerrado.

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