Em entrevista Luciana Santos, presidente do SINTRAM, fala sobre atrasos de salários dos servidores municipais de Divinópolis; campanha salarial 2018 e desconto da contribuição sindical

Publicado por: Redação

O Divinews, entrevistou na manhã desta última terça-feira (27), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste de Minas (SINTRAM), oportunidade em que foram abordados diversos assuntos, entre eles os atrasos no pagamento dos salários e o seu parcelamento; a campanha salarial deste ano,  a contribuição sindical, que deixou de ser obrigatória a partir da aprovação da nova Lei Trabalhista; além da insatisfação de alguns servidores com a atuação do sindicato.

Atrasos dos salários.

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A presidente contou que desde o momento que começaram ocorrer os atrasos dos pagamentos dos salários, ainda no ano passado, o sindicato agendou uma reunião com a categoria e daí foi formada uma comissão, que tem dialogado diretamente e todo o tempo, com a secretária de Fazenda Suzana Xavier, de que essa situação não pode perdurar. Ela criticou a falta de transparência da Prefeitura, em mostrar de fato a situação financeira do município. E ainda que, esteve em reunião com os vereadores para falar sobre o assunto, quando foi formada uma outra comissão para tentar resolver o problema de forma definitiva. Porém, ela disse acreditar que a partir de março ou abril os atrasos dos pagamentos dos salários, devem ser normalizados, com a entrada do IPTU, mas que é preciso pensar no final do ano, por que o dinheiro do IPTU vai deixar de entrar, vai acabar.

“Quando nós chamamos os vereadores, foi com o objetivo de um trabalho conjunto com a administração, para fazer um planejamento, já pensando no final do ano para não acontecer a mesma coisa do ano passado, os atrasos. Ontem (segunda-26), o Adair ficou de nomear essa comissão, entre os nomes, já posso citar o nome do Renato Ferreira, Ademir e o Print Junior, o Sargento Elton e provavelmente a vereadora Janete. Esse grupo, junto com o sindicato, vai fazer um trabalho com a Prefeitura de planejamento, por que o que falta para a Prefeitura é planejamento, para evitar esses atrasos até o final desse ano e nos próximos quatro anos. Por que essa Prefeitura não dá para pensar só nestes anos, e sim nos próximos três anos. Por que quem já passou pela gestão do Galileu, conhece muito bem e sabe como é que funciona”, contou a presidente Luciana, sobre o que estão fazendo e planejando com relação aos atrasos salariais.

Campanha salarial de 2018

No dia 7 de fevereiro foi realizada a primeira assembleia para falar sobre a campanha de 2018. Ocasião em que foi discutido que a categoria não abrirá mão do índice de 3,94%, referente ao IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) acumulado de 2017. Além de um reajuste de R$ 15 reais para o ticket alimentação.

A Presidente afirmou que a discussão da pauta, foi muito enxuta, por que o servidor está muito consciente, com relação as dificuldades financeiras da Prefeitura. “Nós já enviamos para a Prefeitura um oficio pedindo a reunião com o Prefeito. Mas com relação a reajuste, posso te confirmar que não tem negociação. Primeiro por que a Lei 8.083, ela fala que é automático, e o ano passado, o Galileu e a Suzana, eles foram categóricos e falaram: “esse ano nós vamos dar 4%, mas o ano que vem é automático. Nós vamos para negociar o ticket. O reajuste de 3,94, é inegociável, ele tem que ser automático. Lembrando que a nossa data base é a partir de março. Estamos caminhando bem com relação a esse assunto, até adiantamos essa assembleia para não ficar todo em cima da hora”, contou Luciana.

Contudo respondendo a uma provocação do Divinews, a Presidente respondeu que não fica descartado manifestações, paralisações e ações no sentido da construção de uma efetiva greve, se o prefeito não cumprir o que foi prometido no ano passado.

“Lembrando que nós vamos cobrar ainda, o restante do ano passado, por que está devendo ainda para o servidor. Ele deu 4%, mas está devendo 3,86%. Isso também nós vamos colocar na negociação”,

Mais uma vez quando provocada pelo Divinews, de que o prefeito, de fato,   deve a categoria, 3,94 mais 3,86, ou seja,  7%, e se esse seria o que deveria ser pago de uma vez. A presidente respondeu que é negociação, que será cobrado. Porém, é questão de negociação.

Luciana Santos, explicou que existe um outro percentual de reajuste, ainda da administração do ex-prefeito Vladimir Azevedo, de 4,27% que está sendo discutido na justiça, junto com os 3,86 de 2017, já da gestão de Galileu Machado. Entretanto, ela está disposta, como representante da categoria, a discutir como prefeito, todos os índices com o objetivo de coloca-los em dia.

Contribuição sindical

Para o sindicato receber a contribuição sindical dos servidores, é preciso que cada um, individualmente autorize. Não existe o que muitos imaginaram, que uma assembleia, mesmo com quórum, alguns possam decidir pelos outros. Tem que ser cada um autorizando o seu desconto em folha.

A Presidente aproveitou a oportunidade da entrevista para conclamar que todos os servidores compareçam na assembleia que será realizada no dia 6 de março, com a pauta única sobre a contribuição sindical. Porque existem muitas dúvidas.

“Existem pessoas dizendo que tem que mandar alguma correspondência para o sindicato dizendo que não quer ser descontado. Não precisa se preocupar. Por que fazer o desconto a anuência expressa pelo trabalhador”,

Luciana foi mais fundo na explicação da contribuição sindical: “Vou citar um exemplo.  “O meu salário é de R$ 1.800 reais, um dia de trabalho é R$ 60 reais. Desse valor, 60%, ou seja R$ 36 reais é para o sindicato. Dos outros 40%,  20% são para o Ministério do Trabalho, 10%  para confederação, e 5% para a Central  Sindical. Se nós não estivermos filiados à Central e a Confederação, os 40% vão para o Ministério do Trabalho. Ou seja, são R$ 60 reais, mas só 60% dele vem para o sindicato, e quem faz essa distribuição, não é o sindicato, e sim a Caixa Econômica Federal. Se pegarmos esses R$ 36 reais/ano e dividirmos por 12 meses, o resultado será R$ 3 reais por mês para o custeio do sindicato, com seus benefícios, como o plano de saúde, mesmo quando esse servidor está de licença médica, ele fica em débito, mas o sindicato arcar com o plano dele. Isso eu não corto, enquanto eu estiver aqui isso não vai acontecer, depois eu não sei. É esse dinheiro que também mantem o custeio sindical. Com esse dinheiro, no passado, conseguimos manter uma greve de 40 dias”

Respondendo uma pergunta direta do Divinews, de que as assembleias, com a presença de uma minoria não podem decidir sobre o desconto sindical da maioria. Luciana voltou a frisar que a autorização é individual. E que vai realizar uma assembleia para explicar como de fato funciona o processo e como o dinheiro é gasto. E ainda que o sindicato vai percorrer os setores com o objetivo de “pegar” a autorização com cada servidor. E que vai autorizar o desconto quem quiser.

Luciana falou da atual situação do sindicado, dizendo que ele está totalmente sanado, sem dividas, e conseguirá caminhar durante um tempo. Porém se não houver adesão de contribuições, indiferente de qual administração, de qual diretoria estará no comando do SINTRAM, o sindicato não conseguirá sobreviver por muito tempo.

A presidente, finalizou a entrevista esclarecendo que as adesões dos servidores, seguindo o novo modelo aprovado pela Reforma, somente a partir da assembleia do próximo dia 6. Mas que existem muita procura de servidores querendo autorizar a adesão.

A presidente respondendo às críticas de alguns servidores, de que o sindicato não estaria fazendo nada. Ela respondeu com o SINTRAM está trabalhando diariamente. “Eu brinco muito que a administração está cansada de ouvir minha voz e ver o meu rosto lá por que, a gente tem ido e cobrado, principalmente junto a Suzana (Secretária de Fazenda), que é a questão financeira, sobre o atraso, temos conversado diariamente tentando resolver isso da melhor maneira possível” .

 

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