EM REUNIÃO SECRETA: FIEMG quer que SAMARCO volte a operar em Mariana

Publicado por: Redação

Conforme informações do Jornal O Tempo, há alguns dias, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, esteve em Belo Horizonte para uma reunião secreta com o empresariado mineiro na sede da Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Entre as pautas discutidas no encontro, conforme o jornal, uma delas tratou do retorno da operação da Samarco, mineradora responsável pelo maior desastre ambiental registrado no Brasil, ocorrido em novembro de 2015, em Mariana. Empresários que integram a diretoria da FIEMG não escondem o desejo de retomar as atividades da mineradora e, por isso, tentam pressionar o ministro para obter o apoio jurídico necessário. Essa reunião, não divulgada publicamente, foi revelada ao Aparte, do jornal O Tempo por uma fonte ligada ao grupo empresarial.

Posteriormente, ainda segundo o jornal, encontro foi confirmado nessa pelo vice-presidente da FIEMG, Alberto Salum. Segundo ele, o ministro participou de um almoço junto à diretoria da entidade e pessoas mais influentes no grupo. Apesar de defender abertamente o retorno das operações da Samarco em Mariana, Salum negou que esse assunto tenha sido tratado.

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Em maio, durante audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Salum frisou que os responsáveis pelo acidente precisam ser punidos e que os compromissos assumidos pela Samarco para reparar os danos estão resguardados pelos termos de ajustamento de conduta já firmados. “Precisamos construir um novo final para a tragédia de Mariana. O Brasil não está em condições de dispensar quaisquer possibilidades de geração de emprego e renda. É hora de voltar a produzir”, disse o vice-presidente da Fiemg à época. Ele lembrou ainda dados de estudo segundo o qual quase 20 mil empregos diretos e indiretos estão deixando de ser gerados em 2017 por conta da paralisação da mineradora, sendo 14 mil em Minas Gerais.

A pressa em querer de volta a produção da Samarco é inversamente proporcional ao processo criminal contra a empresa. Dois anos depois do estrago, ninguém está preso, não há qualquer punição criminal aos envolvidos, e seis dos 22 denunciados podem ficar impunes. Na esfera administrativa, somente duas das mais de 60 multas aplicadas por órgãos estaduais e federais foram pagas. A Samarco informou que tem o compromisso de cumprir com o Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), firmado em março de 2016, com os governos federal, de Minas e do Espírito Santo. Sobre as multas, ela entende que há aspectos técnicos e jurídicos que precisam ser reavaliados, como a cobrança de uma mesma multa por órgãos diferentes.

Outro assunto da reunião na Fiemg com Torquato Jardim foi com relação à produção de tornozeleiras eletrônicas. Os empresários mineiros, segundo a fonte, teriam pedido uma atenção especial do ministro da Justiça para a compra dos dispositivos de segurança produzidos no Vale da Eletrônica, em Santa Rita do Sapucaí, na região Sul de Minas Gerais. A tornozeleira eletrônica está em falta em vários Estados do Brasil. Alberto Salum disse que o assunto foi tratado no encontro de forma informal. O Ministério da Justiça não se pronunciou sobre a reunião.

 

(Angélica Diniz)

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