Quais foram os erros cometidos por Demetrius?

Publicado por: suporte

JOTHA LEE
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O prefeito Demetrius Pereira já disse que é candidato em 2010. Vai concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, embora tenha saído extremamente enfraquecido do processo eleitoral nas eleições municipais. Ele se auto-enfraqueceu. A recusa em disputar a reeleição, motivada pelas freqüentes visitas da Polícia Federal em busca de atos obscuros na prefeitura, demonstrou não apenas fraqueza, mas suscitou a desconfiança de que, de fato, ele teria culpa no cartório. E não tinha. Pelo menos, até agora, nada que possa desabonar Demetrius foi provado. Sua grande chance de provar ao eleitorado que não tinha nada a esconder, seria encarar a disputa, tentar ser reeleito.

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E por que a fuga da disputa? Por que o medo? Por que não disputar a reeleição, se sua administração teve uma boa avaliação?

Na verdade, o grande problema de Demetrius foi a falta de diálogo. Durante todo o mandato ele se escondeu dentro de seu gabinete, trancou as portas e, quase sempre, falou com seus interlocutores via assessores. Assessores que, por medo de perder o emprego ou medo do próprio chefe, jamais lhe transmitiram a verdade do que acontecia do lado de fora. Demetrius foi blindado por gente que queria assegurar o emprego ao invés de abrir-lhe os olhos sobre os perigos que corria diante de sua conduta solitária.

Alguns assessores de Demetrius acreditavam, e ainda acreditam, que a única forma de manter o emprego seria sempre concordar com o que determinava o prefeito. Na verdade não é bem assim. Assessor precisa enxergar a política de forma global e não limitar sua visão à ante-sala do patrão. E foi assim que aconteceu. Ninguém teve peito para chegar ao prefeito e, pelo menos alertá-lo que estava cometendo graves erros, principalmente de comunicação.

A sucessão de erros começou a partir da saída de Demetrius do PTB em meados de 2007. Bastaram ruídos de que a legenda poderia migrar-se para as bandas de Galileu nas eleições municipais, para que o prefeito tratasse de arranjar logo outro partido. Ora, Demetrius era a maior estrela do PTB em Divinópolis. Foi ele mesmo quem derrotou Galileu Machado em 2004 pelo mesmo PTB. Teria faltado, também ,diálogo com os petebistas? Não há outra hipótese aceitável.

Demetrius filiou-se ao PSC, mas nunca reconheceu a autoridade do partido. Não uma, mas várias vezes, tentou passar por cima da legenda como um trator. Queria que sua vontade fosse soberana, porém sem diálogo. O prefeito ignorava a autoridade do presidente do partido e foram incontáveis as vezes que ele se recusou, ou pelo menos foi isso que disseram seus assessores, a receber o presidente do PSC, que deveria discutir os problemas políticos com subalternos sem poder de decisão. Se negou a receber vereadores do partido. Recusou-se a atender seus correligionários ao telefone. Recusou-se a dialogar. E, às vésperas da definição do candidato para disputar a sucessão, já fora da disputa, Demetrius quis emplacar na marra Vera Prado como sua candidata. Não colou. O PSC não aceitou.

E agora? Para onde vai o prefeito? Para o PSDB? Não. Definitivamente não. Embora o prefeito eleito Vladimir Azevedo tenha feito o discurso do bom moço, afirmando que as mágoas eleitorais estão esquecidas, é muito difícil para o deputado Domingos Sávio, o maior articulador da vitória tucana em Divinópolis, esquecer que assessores mais próximos de Demetrius, para não chamá-lo de mentiroso, o apelidaram de “Pinóquio”, em pleno calor dos preparativos eleitorais.  Algumas feridas políticas não cicatrizam da noite para o dia.

Se Demetrius é candidato a deputado em 2010, precisa urgentemente se ajeitar partidariamente. Mesmo seu pai sendo do PMDB, neste partido ele não tem vez. Galileu continua mandando, em que pese a segunda surra eleitoral consecutiva. No PT não há espaço para Demetrius e, nos partidos controlados pelo deputado Jaime Martins, dificilmente haverá vaga para o atual chefe do Executivo. No PSB, de Rinaldo Valério, não há nem como iniciar uma conversa. No PDT, Francisco Martins, não atura Demetrius e vice-versa. Entre os partidos que podem lhe dar uma boa sustentação, restam o PV e o próprio PSC, onde Demetrius está filiado hoje.

Para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa Demetrius precisa começar agora a alinhavar seu caminho. Terá que começar de novo, pois foi um fiasco na condução política do seu mandato como prefeito. E isso vai pesar muito agora.

Fogo alto

A disputa por uma cadeira na Assembléia Legislativa em 2010 promete altas temperaturas em Divinópolis. Possivelmente a cidade terá um dos maiores volumes de candidatos de sua história. Aristides Salgado, Marcos Vinicius, Rinaldo Valério, Demetrius Pereira, Jorge Torquato, Geraldinho Martins, Heloisa Cerri e, como surpresa, pode até surgir Galileu Machado. Esses são apenas alguns nomes que poderão entrar na concorrência. Provavelmente aparecerá mais.

Senado

O deputado Jaime Martins (PR) não vai trocar o certo pelo duvidoso. Sua candidatura ao Senado pode até decolar, mas Jaiminho é um político experiente e sabe que 2010 pode não ser a melhor hora. Afinal, Minas terá uma única vaga para o Senado, o que praticamente inviabiliza a candidatura de Jaiminho.

Federal

Se não sai para o Senado, Jaiminho concorre de novo a Federal. Não há dúvida. Sendo assim, ele e Domingos Sávio poderão travar o mais emocionante duelo político para Divinópolis em 2010. O deputado estadual do PSDB já manifestou seu desejo de concorrer á Câmara Federal. Sua votação em 2006 lhe dá suporte para almejar o cargo. Ele e Jaiminho farão um bom duelo. Duelo de gingantes, de políticos bons de votos. A confirmar a concorrência, certamente a disputa entre Jaiminho e Domingos serão tão emocionante quanto o clássico Cruzeiro e Atlético.

Vivo

E não se pode esquecer o suplente de deputado Francisco Gonçalves. Ele está mais vivo do que muitos pensam. Resta saber se vai encarar uma nova disputa federal ou se engrossará a fila dos postulantes a uma cadeira na Assembléia Legislativa.

O que é certo?

Certo mesmo, em toda esta discussão sobre os candidatáveis em 2010, é que todos querem. Como em política as mudanças ocorrem ao sabor do vento, por enquanto nada do que parece ser, não passa de ilusão. Calma e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Melhor é esperar. Porém, podem guardar esses nomes. Em 2010, eles estarão de novo na crista da onda. 

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