A novela Negócio da China estréia na próxima segunda-feira (6). Para se blindar contra a nem sempre expressa desconfiança sobre sua atuação, Grazi preserva o mesmo discurso de humildade que a fez conquistar o público do Big Brother em 2005. “Tenho muito o que aprender, gente”, costuma dizer, com um ar de sinceridade que convenceu até o autor do folhetim, Miguel Falabella.
O papel principal veio de um jeito meio torto, é verdade. Algumas atrizes foram testadas e convidadas e, no final, numa conjunção de disponibilidade e adequação ao perfil, Grazi levou a melhor. Tudo com aquela desconfiança. Afinal, a atriz só tem dois papéis na carreira, o de Thelminha, em Páginas da Vida (2006), e Florinda, em Desejo Proibido (2007), ambos coadjuvantes. Além disso, as duas personagens eram “caipiras” e não exigiam que a loira nascida em Jacarezinho (PR) alterasse demais seu sotaque.
Agora, a heroína vem carioca e provavelmente bem mais falante que as anteriores. Por isso, Grazi procurou uma fonoaudióloga e amenizou o acento na telinha. “Não precisou mudar demais, só mudamos os erres e paramos de ‘comer’ os finais de frase.” De resto, ela desfruta de uma preparação digna de protagonista: pelo menos duas “professoras” a paparicam no estúdio todo dia. “Estou até estranhando. Nas outras novelas, tinha que decorar o texto com a parede. Agora, tem gente para passar as falas comigo, todo mundo está bem atento.”
O empenho não impediu que as críticas viessem. O pedido de Falabella para que regravasse algumas cenas repercutiu na mídia e deu a impressão de que havia uma crise de bastidor – negada por todos. “Não senti como crítica essa história de regravar as cenas, não. Isso é normal, outras pessoas também precisaram refazer.” Tudo bem, afinal Grazi já espera que as notícias negativas sobre sua atuação ganhem amplitude. “Sou a polêmica em pessoa. Tem gente que até hoje não se conforma com o fato de eu ter saído do Big Brother e fazer novela”, fala, com o sorriso “sincero”, como é descrito por seu parceiro de novela, Fábio Assunção.
O par romântico na trama das seis engrossa o coro de elogios para a “empenhada” Grazi. Com ele, a atriz vive um casal separado, com um filho, Théo (Eike Duarte), de 11 anos. Lívia tentou trabalhar em Portugal por algum tempo, mas não se deu bem. De volta ao País, está dividida entre o pouco ambicioso ex-marido Heitor (Assunção) e um português apaixonado por ela, João (Ricardo Pereira). O romance turbulento, foco da trama, é também a aposta de Falabella para o horário, graças à “química” dos atores. “Dá para ver quando um casal tem pega”, define Falabella.
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