Deputado encontra 12 corpos de bebês em geladeira da Santa Casa de Belém

Publicado por: suporte

A mortalidade de recém-nascidos na Santa Casa de Misericórdia de Belém, capital do Pará, continua assustando o país. Nesta quarta-feira foram enterrados mais quatro bebês que morreram, no último fim de semana, naquela unidade de saúde.

Segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde, 38 bebês que nasceram no hospital morreram no mês de junho. O governo do Pará informou que as mortes são resultado de uma conjunção de vários fatores. Cerca de 80% da demanda habitual da Santa Casa corresponde a gestantes de alto risco. Além disso, argumenta a secretaria, muitas tiveram acompanhamento médico insuficiente durante a gestação.
 
Alguns dos bebês que morreram eram prematuros extremos. A secretaria alegou ainda que a Santa Casa recebe recém-nascidos de outros locais e que muitos chegam em condições precárias de transporte.  Na maioria das vezes, o transporte desses bebês transferidos, informou a secretaria de Saúde do Pará, é inadequado, sem oxigênio, sem aquecimento e sem suporte venoso. Com isso, alguns desses recém-nascidos transferidos morrem poucas horas depois de darem entrada na Santa Casa.
 
A secretaria afirmou também que os leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal (de recém-nascidos) são insuficientes para atender a demanda. A unidade, segundo a assessoria de imprensa, tem funcionado acima de sua capacidade devido à superlotação. A assessoria garantiu ainda que “está sendo providenciada a contratação de mais 20 leitos [em hospitais particulares], pra ajudar a atender a demanda da Santa Casa”.
 
A causa das mortes ainda estão sendo investigadas, para determinar se houve surto infecciosa ou até mesmo para afastar essa hipótese. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recebeu hoje um relatório sobre o caso.
 
CORPOS NA GELADEIRA – A última notícia sobre a mortalidade de bebês na Santa Casa de Misericórida de Belém é assustadora e foi divulgada nesta quinta-feira. Em visita ao local, o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) constatou que, além dos 26 recém-nascidos que morreram no hospital na última semana, 12 corpos de bebês estavam em uma das geladeiras da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
 
“Não se sabe quando [os bebês morreram] e qual a causa das mortes. É infanticídio, um crime contra os direitos humanos coletivo”, disse o parlamentar, que integra o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).
 
O deputado entregará hoje (3) ao presidente do conselho, ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, uma representação pedindo que seja criada uma comissão especial para acompanhar o caso.
 
Para Coutinho, a determinação de abertura de inquérito feita pelo Ministério Público “não é o bastante”. Na representação que entregará ao presidente do CDDPH, ele manifesta preocupação com o volume de recursos investidos em saúde no estado.
 
Do valor total de R$ 11,45 milhões previstos para os serviços de atenção às urgências e emergências na rede hospitalar no Pará, “nada foi sequer empenhado”, segundo o parlamentar.
 
De acordo com a representação, dos cerca de R$ 677,6 milhões previstos para procedimentos de média e alta complexidade no estado, apenas R$ 250 milhões foram liberados.

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