O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, disse hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vê obstáculos para a aliança entre o PT e o PSDB para disputar a prefeitura de Belo Horizonte nas eleições deste ano. “Na opinião dele, é uma aliança natural, até porque ela já existe há muitos anos. A parceria já vem sendo construída em inúmeras ações nos últimos seis anos”, contou o governador, depois de um encontro com o presidente no Palácio do Planalto.
Segundo Aécio, Lula reforçou que a decisão sobre a coligação deve ser tomada pelos partidos políticos. “Foi uma conversa entre amigos, nada definidora mas extremamente agradável”, disse ele.
O governador disse que também torce para que a coligação dê certo. “A minha posição pessoal é de muito otimismo para que nós possamos construir um projeto não a favor do partido A ou B, nem desse ou daquele ator da cena política de Belo Horizonte, mas a favor da cidade, quem sabe uma coisa nova onde a convergência supere as divergências e as disputas”, afirmou Aécio.
O governador mineiro também criticou a radicalização na disputa entre tucanos e petistas no âmbito do governo federal. Segundo ele, o Brasil ganharia mais se os ânimos não estivessem tão acirrados. Aécio é um dos principais artífices da aliança entre PT e PSDB em Belo Horizonte. Mas a tentativa de acordo foi vetada pela Executiva Nacional do PT. O Diretório Nacional do partido ainda pode rever a decisão.
Oficialmente, o tema da conversa com o presidente Lula foi a formação de uma parceria público-privada (PPP) para a construção do metrô de Belo Horizonte, projeto que está atrasado há mais de dez anos e é um dos principais gargalos do desenvolvimento da cidade. Segundo o governador, a idéia é que o governo federal e a iniciativa privada sustentem 38% do projeto cada um e o restante ficaria a cargo da administração municipal.
“O presidente aprovou inicialmente o projeto, nós vamos constituir um grupo com representantes do governo para fazer a formatação da modelagem dessa PPP”, disse Aécio Neves. Segundo ele, a licitação para a obra deve sair ainda este ano e os investimentos são de R$ 4 bilhões nos próximos quatro anos.
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